Terça, 10 De Dezembro De 2024
       
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Perícia vai definir causa de incêndio em loja


Publicado em 31 de março de 2015
Por Jornal Do Dia


O FOGO DESTRUIU O PRÉDIO E TODO O ESTOQUE DE LOJA DE TECIDOS NO CENTRO DE ARACAJU. BOMBEIROS APURAM CAUSAS

O fogo destruiu o prédio e todo o estoque da loja de tecidos

Milton Alves Júnior

Peritos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe (CBM) e da Defesa Civil Municipal estiveram ontem reunidos para analisar de forma minuciosa os fatores que podem ter contribuído para o incêndio em uma loja de tecidos no calçadão da rua São Cristóvão, Centro de Aracaju. Pelo comandante dos Bombeiros Reginaldo Dória foi garantido que o laudo deve ser apresentado em até 30 dias úteis. Os profissionais preferiram não criar suposições para o sinistro, mas afirmaram que houve perda total dos produtos, e que a estrutura física de estabelecimentos vizinhos apresenta risco de colapso. Para a operação foi necessário mobilizar 40 homens da corporação, sete viaturas, incluindo o caminhão plataforma e uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que deu assistência médica aos proprietários do estabelecimento.

Conforme informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE), o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) foi acionado por volta das 3h da madrugada de sábado para domingo. Em menos de 15 minutos dois caminhões dos Bombeiros já estavam no local indicado, o pedido de reforço foi feito, mas até o meio-dia ainda havia focos do fogo no local. No primeiro momento os agentes realizaram uma rápida vistoria a fim de saber sobre a possibilidade de vítimas dentro do galpão. Ao detectar que não havia vítimas, o Corpo de Bombeiros analisou o espaço e percebeu que o telhado do imóvel havia desabado devido ao calor interno que alcançou 700 graus. As chamas só foram controladas por volta das 13h30. Uma viatura permaneceu no local para evitar que novos focos de incêndios fossem reativados.

Por se tratar de uma loja de tecidos, que armazena produtos de alto nível inflamável, esta atitude da corporação é realizada sempre que ocorrências deste tipo são registradas em Sergipe. De acordo com o comandante, mesmo com as chamas cessadas, o local permanecia com temperatura muito elevada. "Foi uma medida paliativa que ajudaria, se preciso fosse, a controlar o fogo. Felizmente podemos dizer que nossa ação foi realizada de forma rápida devido aos moradores da região que ao perceberem a fumaça ligaram imediatamente para a central de atendimento do Ciosp. O trabalho dos peritos já começou e deve seguir de forma intensa até que o laudo seja concluído", afirmou Reginaldo Dória. Durante a operação 200 mil litros de água foram usados.

Sem querer se precipitar, o coronel apontou para dois problemas recorrentes no centro comercial de Aracaju que podem ter contribuído para a amplitude do sinistro. A vulnerabilidade das estruturas físicas e o armazenamento de produtos sem o devido sistema de contenção de incêndio serão aspectos investigados pelos peritos. "Não estamos afirmando que foi isso, mas outros casos já ocorreram aqui na região e esses dois aspectos foram apresentados como principais para a ocorrência. Felizmente temos realizado um trabalho de combate a este tipo de situação em todo o estado, mas fatos dessa natureza ainda acontecem. Até o final de abril vamos apresentar o laudo oficial", declarou Reginaldo Dória.

Em análise paralela ao Corpo de Bombeiros, Reginaldo Moura, coordenador da Defesa Civil da capital, também destacou uma possível precariedade dos armazenamentos em 80% dos estabelecimentos comerciais de Aracaju. Disposto a contribuir na análise pericial, o técnico mobilizou sua equipe e desde à tarde do domingo frequentam a loja incendiada para registrar imagens que possam contribuir no andamento das investigações. "São muitas caixas amontoadas em um pequeno espaço e perto de fiações antigas e de madeiras. Tudo isso pode ter facilitado a propagação rápida do fogo, por isso vamos analisar minuciosamente as estruturas. Estamos dispostos a ajudar o Corpo de Bombeiros em mais esta missão", disse.

Durante entrevista o coordenador informou ainda que vai acionar a direção da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). O objetivo da convocação é tentar conscientizar os empresários quanto à necessidade de atender todos os pré-requisitos básicos de segurança apresentados através de cartilhas pelos órgãos de segurança. "A parceria da CDL volta a ser muito importante. Se o estabelecimento tivesse melhores condições de combate a danos, de certeza a proporção desta destruição seria menor. Assim como fora declarado pelo CBM, apenas em 30 dias iremos divulgar as causas do incêndio", pontuou Reginaldo Moura. Oito agentes da Defesa Civil têm atuado em torno deste sinistro.

Surpresa – Na manhã de ontem, comerciantes que atuam no calçadão da Rua São Cristóvão que não tiveram conhecimento do ocorrido, ficaram espantados com o cenário de destruição. Vendedora de roupas há mais de 15 anos, Cristiane Vitoria confirmou todas as primeiras hipóteses levantadas pelos técnicos operacionais. Segundo ela, na maioria dos casos falta interesse por parte dos empresários. Na opinião dela, o risco de acidentes é constante. "Essa é a realidade de muitas lojas aqui, principalmente as grandes. Ficam produtos em cima dos outros e com fiações externas, qualquer curto circuito pode resultar nessa tragédia. Falo isso tranquilamente sem medo de me identificar porque na loja que trabalho não é assim. Lá desde o ano passado está com tudo moderno. Bom pra gente, para os donos e para os clientes", destacou.
Com o susto, os donos da loja foram atendidos pelo Samu, e durante a assistência médica já acionaram o departamento jurídico para que acompanhasse passo a passo das análises periciais.

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