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Pesquisadora estuda cultura quilombola em Santa Luzia do Itanhy


Publicado em 07 de dezembro de 2014
Por Jornal Do Dia


As transformações no mundo feminino vêm desde os anos 70 com a participação da mulher no mercado de trabalho. As mulheres começaram a trabalhar logo cedo em busca de subsídios para manter a renda familiar. Com objetivo de compreender as questões culturais e quilombolas da comunidade localizada no município de Santa Luzia do Itanhy, a pesquisadora Dinamara Garcia desenvolveu estudos na região Sul do estado sobre as mulheres que vivem no mangue e sobrevive da pesca do aratu, um crustáceo semelhante ao caranguejo.

O estudo integra os projetos executados em parceria com o Núcleo de Análises e Pesquisas em Políticas Públicas (NAPs) do Instituto de Tecnologia e Ciência (ITP) e a Universidade Tiradentes (Unit) com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica (Fapitec/SE). No projeto estão inseridos dois alunos de mestrado, bolsistas da Fapitec/SE, além de outros participantes que trabalharam intensamente com essa comunidade.

A pesquisa tem como base a descrição das moradoras da rua da Palha e a maneira como elas encaravam o dia a dia no mangue. "Eram mulheres que acordavam cinco da manhã e dormiam meia noite estavam se alfabetizando adotavam filhos que cuidavam da comunidade. Numa disposição com aquela potência, a força de três mulheres me deixava admirada", conta emocionada Dinamara Garcia.
Antes de concorrer ao edital da Fapitec/SE, o estudo de pesquisa já estava concorrendo ao edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A idéia do projeto surgiu devido à comunidade ser quilombola e especificamente feminina. O estudo procura mostrar a cultura da comunidade quilombola destacando os costumes, crenças, valores e a importância do ritual dessa comunidade. "A pesquisa me interessou pelo ritual da comunidade e as diferenças ritualística desse povo", complementa Dinamara Garcia.
Resultados – No estudo foi desenvolvido um documentário onde mostra toda prática que o grupo utiliza para pescar o crustáceo e a cultura local daquela comunidade. "Pensar e estudar tem uma parcela importante por si só. O povo que não conhece a sua cultura e que não consegue pensar os seus costumes é um povo que tem muita facilidade de ser manipulado", explica a pesquisadora.

Além do vídeo foram publicados textos, livros onde futuramente será publicado para objeto de estudo nas bibliotecas públicas e escolas de Aracaju. De acordo com a professora, a pesquisa foi apresentada em eventos e seminários. "Os resultados foram o entendimento daquela região, especificamente, da cultura local e como os descendentes de escravos conseguem perceber a sua cultura e os seus costumes", afirma.
De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em todo Brasil existe mais de 3 mil comunidades quilombolas. Existem comunidades quilombolas em todo território brasileiro localizadas nos Estados do Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. De acordo com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), os Estados que tem maior número de quilombolas são a Bahia , o Maranhão, Minas Gerais e o Pará.

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