Petroleiros mantêm greve em Sergipe
Publicado em 22 de outubro de 2013
Por Jornal Do Dia
Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br
Os petroleiros completam hoje, terça-feira, seis dias de greve. Em Sergipe, segundo a direção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo Alagoas/Sergipe (Sindipetro), a adesão é de quase 100% e a paralisação não tem data para acabar. Ontem, os trabalhadores contaram com o apoio da Federação dos Agricultores Familiares de Sergipe, filiada à Central Sindical e Popular (CSP)-Conlutas.
A categoria protesta contra o leilão do pré-sal, no Campo de Libra, que aconteceu nesta segunda-feira, em sua primeira rodada. Eles também reivindicam nova proposta de Acordo Coletivo de Trabalho da Petrobras. Os petroleiros também querem barrar o PL 4330, que legaliza a terceirização nas atividades fins, representando um duro ataque aos trabalhadores de todo o país.
Na Fafen, a adesão à greve é de quase 100%, bem como no Tecarmo e na sede da empresa, no bairro Siqueira Campos. "No Tecarmo estávamos tendo dificuldade de obter adesão, por conta do forte assédio moral que os trabalhadores estão passando, como ameaça de corte de ponto e a empresa está forçando que os vigilantes patrimoniais destruam a cerca da Petrobras, abrindo buracos para que os trabalhadores entrem para trabalhar, mas ontem conseguimos que 80% dos servidores parassem as atividades", relatou o assessor de comunicação do Sindipetro, Leonardo. A fim de tentar barrar a entrada dos funcionários no Tecarmo, a adesão à greve conta com um número de 40 piqueteiros, que estão espalhados por toda a área externa da empresa.
O Sindipetro AL/SE entrou com uma ação no Ministério Público do Trabalho para libertar os trabalhadores que segundo os petroleiros, estão trabalhando ha mais de 48 horas. No domingo, a Petrobras tentou fazer um operativo com helicópteros para colocar trabalhadores na unidade, sendo que a Fafen não possui heliporto, o que gera alto risco, pois o local ainda tem muitas fiações.
Na última sexta-feira, 18, um dos diretores dos sindicalistas também foi ameaçado por um trabalhador petroleiro terceirizado que estava armado com um revólver calibre 38.
Reivindicações – A categoria diz que não recebe reajuste salarial há 17 anos e que nesse período só foi concedido o aumento para repor a inflação. Eles pedem reajuste de 16,53%, melhorias no plano de saúde, entre outras coisas. "Quanto mais os petroleiros descobrem o petróleo, mais o governo entrega para os interesses dos empresários. Quanto mais os trabalhadores ajudam a Petrobras a crescer, mais o Governo Federal desvaloriza seus funcionários e se prepara para uma futura privatização", frisou o diretor do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos (Sindipetro), Edvaldo Leandro.
O leilão de Libra é o primeiro que vai conceder áreas para exploração de petróleo e gás natural na região do pré-sal sob o regime de partilha de produção. A expectativa é que a produção seja de 1 milhão de barris por dia na área, que é a maior reserva de petróleo já descoberta no país.