A droga apreendida foi exposta ontem pela Polícia Federal
PF APREENDE 3,5 MIL QUILOS DE DROGAS
Publicado em 03 de maio de 2013
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br
A apreensão de 1.850 quilos de maconha, encontrados em um caminhão apreendido na última segunda-feira em Simão Dias (Centro-Sul), fez parte de uma ação maior e mais organizada da Polícia Federal para impedir a constante passagem de armas, drogas e criminosos foragidos por Sergipe. Foi a "Operação Primeiro de Maio", iniciada no domingo e encerrada no feriado de quarta-feira. Nestes dias, foram quatro apreensões em flagrante, sendo uma em Simão Dias e as outras três na BR-101, em Cristinápolis (Sul), as quais resultaram em 1.866 quilos de maconha e outros 17 de crack. Três homens foram presos e autuados por tráfico interestadual de drogas.
O balanço da operação foi divulgado ontem em entrevista coletiva dada pelo delegado Daniel Horta Alves, chefe do Núcleo Regional de Combate ao Crime Organizado da PF. Segundo ele, a operação foi planejada para intensificar as blitze, revistas e abordagens dos federais nos principais pontos de entrada e saída de veículos em Sergipe. A prioridade foi para as rodovias que cruzam as cidades de Cristinápolis, Simão Dias e Tobias Barreto, as quais, segundo investigações, são usadas como rotas alternativas por traficantes de outros estados que despacham cargas de drogas para Sergipe e outros estados nordestinos, como Alagoas e Pernambuco.
"Sergipe é de fato rota de tráfico, a maioria das drogas vem de São Paulo e também em sua maioria são produzidas no Paraguai. Os traficantes não se importam com o menor caminho, eles escolhem o caminho que sabem que tem pouca frequência de barreira policial. Mas a nossa preocupação é constante e o trabalho de investigações também, e não será interrompido. O trabalho continua normalmente e, em oportunidades como essa, nós intesnificamos", afirma Horta, ao garantir que as apreensões da "Primeiro de Maio" surgiram não de denúncias anônimas, mas a partir de investigações dos próprios agentes.
A primeira apreensão ocorrida em Cristinápolis, no domingo, foi a de um caminhão de mudanças que vinha de São Paulo (SP) para Aracaju, o qual trazia uma geladeira e outros móveis. Dentro da geladeira, foram encontrados oito quilos de crack. O motorista do caminhão e o veículo foram liberados, pois não foram encontradas provas de qualquer ligação dele com o tráfico – e nem ele mesmo sabia da existência dos tabletes de crack. A origem e o destino da droga ainda são investigados.
Na segunda-feira de manhã, também em Cristinápolis, os agentes abordaram um ônibus interestadual que seguia de São Paulo para Caruaru (PE). Nele, foram encontrados pacotes com 33 quilos de maconha, despachados provavelmente para a cidade pernambucana. A droga estava com o paulista Thiago da Silva Romão, 24 anos, que é foragido da Justiça da Paraíba e já respondeu a processo por tráfico de drogas. Além do novo crime de tráfico, ele deve responder por uso de documentos falsos, pois eles foram apresentados durante a abordagem dos federais.
No mesmo dia, foi a vez dos 1.850 quilos de maconha serem achados em Simão Dias, após a abordagem de um caminhão bi-trem Volvo de placas KJI-2758/PE. A droga, também despachada da capital paulista, estava escondida em um piso falso da carreta. O veículo já tinha um mandado de busca e apreensão expedido pela Comarca de Japaratuba (Vale do Cotinguiba) e seu proprietário, o pernambucano João Gomes, 33, foi preso em flagrante. Ele já era investigado como suspeito de envolvimento com uma quadrilha responsável pelo transporte de grandes quantias de drogas por Sergipe.
A última apreensão foi na terça-feira, igualmente na BR-101, em um ônibus interestadual que ia se São Paulo para Maceió (AL). O veículo foi parado em Cristinápolis e durante a revista, os policiais acharam nove quilos de crack escondidos em uma das bagagens. Eles estavam com o baiano Alexandre Alves da Silva, 29, que já foi preso por furto na capital paulista. Os três suspeitos estão detidos em uma cadeia da Grande Aracaju e responderão ao processo na Justiça sergipana. Já as drogas apreendidas aguardam autorização judicial para incineração.