PF OUVE ADELSON SOBRE ELEIÇÃO DE SOBRINHO

O deputado estadual Adelson Barreto (PSB) prestou ontem esclarecimentos informais para agentes da Polícia Federal que investigam a candidatura de seu sobrinho, o administrador de empresas Tijoi Barreto Evangelista, 25 anos, conhecido como Adelson Barreto Filho (PSL). O encontro aconteceu pela manhã no gabinete da Presidência da Assembléia Legislativa e não ficou caracterizado como depoimento, sendo previamente acertado entre o deputado e o delegado Carlos César Pereira, responsável pelo inquérito do caso.

Segundo informações divulgadas pelo site Infonet, os policiais fizeram perguntas mais genéricas a Adelson sobre a relação dele com Tijoi, que é criado desde pequeno pelo parlamentar e considera-se "filho afetivo" dele. Também foram fornecidas informações sobre os pais biológicos do vereador eleito, os quais morreram há vários anos, e sobre as residências onde moram, entre outras. Inicialmente, anunciou-se que o deputado iria prestar depoimento ontem na sede da Polícia Federal, no bairro Siqueira Campos (zona oeste), mas a informação foi negada pela própria PF.  

As investigações contra "Adelson Filho", eleito em 7 de outubro com 5.091 votos, foram requisitadas pelo promotor de Justiça da 2ª Zona Eleitoral de Aracaju, Paulo Vieira Messias, o qual acusa Tijoi de ter cometido crime de falsidade ideológica ou de "narrar fato falso em propaganda eleitoral", infração leve prevista na Lei Eleitoral. A suspeita tem base em dados cadastrais apresentados à Justiça Eleitoral, os quais mostram que não existe relação de pai e filho – biológica ou adotiva – entre o vereador eleito e o deputado. A defesa alega que o nome "Adelson Barreto Filho" é um nome-fantasia pelo qual Tijoi é mais conhecido, cujo uso é permitido pela Lei Eleitoral.