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Preso mata a esposa e é morto na cadeia pelos próprios colegas


Publicado em 21 de outubro de 2014
Por Jornal Do Dia


Jusileide foi morta durante visita ao marido, que também foi morto

Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

O Presídio Regional Senador Leite Neto (Preslen), em Nossa Senhora da Glória (Sertão), foi palco de um crime passional cujo autor foi morto pelos próprios colegas de cadeia que decidiram fazer justiça com as próprias mãos. O detento Valdson Marcel Bispo Bezerra, 24 anos, condenado a 33 anos de prisão por crime de homicídio, assassinou a própria esposa, a dona-de-casa Jusileide Bomfim de Oliveira, 46, por volta das 13h de domingo. O crime aconteceu dentro da cela onde ele cumpria pena, no Pavilhão 2, em uma área do presídio conhecida como "Horta".

Segundo informações da Secretaria Estadual de Justiça (Sejuc), tudo aconteceu durante o horário de visitas e Jusileide tinha acabado de almoçar na cela com o marido. Depois, já no pátio do pavilhão, Valdson teria sufocado a vítima usando um lençol, até que ela morresse. Não se sabe o que realmente motivou a atitude, mas uma suspeita é de que o casal teria discutido por motivos que ainda não estão claros para a polícia, nem para a direção do presídio. Alguns presos tentaram impedir a agressão e ainda tentaram socorrer a dona-de-casa, mas ela já estava morta.

Revoltados, os presos encurralaram Valdson em outra cela e, já armados com chuços, pedaços de ferro e facas improvisadas, espancaram e mataram-no com vários golpes no peito, nas costas e no pescoço. O tumulto que se formou foi logo controlado pelos agentes penitenciários e a Polícia Militar foi chamada para reforçar a segurança. Assim, segundo a Sejuc, as visitas aos presos não foram interrompidas, mesmo com os corpos ainda no presídio – eles só foram retirados de lá pelo Instituto Médico-Legal (IML) ao final da tarde.

Um inquérito foi aberto na Delegacia Regional de Nossa Senhora da Glória, que vai investigar os crimes e tentar descobrir quais presos participaram do ataque contra Valdson. Mesmo presos, os responsáveis irão responder a outro processo por homicídio. Outra apuração, no âmbito administrativo, será realizada pelo Departamento Estadual do Sistema Penitenciário (Desipe), que pretende saber como os presos conseguiram os chuços usados no homicídio e se alguma pessoa teria repassado tais armas para eles. Elas foram apreendidas e encaminhadas à perícia.

No meio prisional, afirma-se que os próprios detentos não toleram aqueles que praticam homicídio, estupro e outros crimes graves contra mulheres, crianças ou idosos, e costumam puni-lo com a morte ou com agressões. Tal prática, apesar de ser contra a lei, é considerada comum dentro da rotina das cadeias, a ponto de estes acusados serem isolados dos outros detentos em áreas de segurança.

Outras mortes – Ao todo, 11 mortes foram registradas durante os plantões deste final de semana no IML, incluindo as do Preslen. Novamente, os homicídios por arma de fogo lideraram os registros, com cinco casos. Três deles aconteceram na zona norte de Aracaju: Samuel Nascimento Torres, 34, baleado ontem de madrugada no bairro Santos Dumont; Carlos Augusto Monteiro dos Santos, 32, assassinado domingo de manhã na Cidade Nova; e um corpo não identificado encontrado horas antes no bairro São Carlos.
Ontem à tarde, morreu uma quarta pessoa que tinha sido ferida com vários tiros, às 22h de domingo, também no Santos Dumont: Diego Mendonça Santos, 27, que estava internado no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) e não resistiu aos ferimentos. Todos os casos são investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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