Segunda, 04 De Dezembro De 2023
       
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Professor foi morto por dois adolescentes


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Publicado em 13 de julho de 2012
Por Jornal Do Dia


Gabriel Damásio
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Dois adolescentes de 15 e 17 anos são apontados pela polícia como os responsáveis pela morte do professor e coreógrafo Edvanildo Marcelino Pereira, 39 anos, o "Didjio", assassinado a facadas no domingo passado em sua própria casa, no bairro Alagoas, em Estância (Região Sul). Eles foram apreendidos às 14h de ontem no bairro Cidade Nova, periferia da cidade, por policiais da Delegacia Regional de Estância, que conseguiram do Ministério Público local um pedido de internação provisória dos acusados. Com ambos, foram encontradas a moto e o telefone celular levados da casa da vítima logo após o crime, o que segundo a polícia, confirma que houve um crime de latrocínio (roubo seguido de morte).

O crime foi investigado pelas equipes dos delegados Hugo Leonardo Melo e Michele Araújo. Elas chegaram aos adolescentes através de denúncias anônimas e informações levantadas com algumas testemunhas.

Segundo Hugo, os dois jovens foram detidos de forma negociada e bastante tranqüila. "Nós fomos até as casas dos rapazes, conversamos com os pais deles sobre o que descobrimos e eles concordaram em nos levar até os locais onde os filhos estavam trabalhando. E chegando lá, também conversamos com os adolescentes e eles aceitaram se entregar. Não foi uma ‘prisão’ propriamente dita, nem houve violência", conta o delegado.

O rapaz de 17 anos, que tinha um relacionamento amoroso com Edvanildo, foi detido em uma rua onde trabalhava como vendedor ambulante. Já o de 15 anos foi encontrado na padaria do pai, na qual atuava como ajudante de padeiro. Conforme o delegado, os dois interromperam os estudos para trabalhar e costumavam freqüentar a casa do professor, que era homossexual. Os rapazes foram interrogados até a noite de ontem na Delegacia de Estância, na presença de familiares e de membros do Conselho Tutelar do município. De acordo com Leonardo, "o mais velho empurra a responsabilidade para o mais novo, enquanto este admite ter participado do crime junto com o mais velho".

A morte de ‘Didjio’, segundo a polícia, é fruto de um desentendimento entre ele e o adolescente de 17 anos, por causa de um acidente sofrido pelo acusado enquanto dirigia a moto do professor. O veículo, segundo o delegado de Estância, era emprestado com freqüência ao garoto para que ele freqüentasse festas da cidade.

"Dias antes do crime, o rapaz mais velho bateu a moto e caiu com ela, causando alguns arranhões. O professor ficou muito bravo e decidiu não mais emprestar o veículo. O rapaz então passou a brigar com o professor e, no sábado passado, chegou a ligar várias vezes para o celular da vítima, que não atendeu", revela o delegado.

Morte na casa – Segundo a versão apurada pela polícia, os dois jovens foram à casa do coreógrafo na noite de sábado e os três ficaram algum tempo bebendo e conversando. No entanto, a discussão ouvida pelos vizinhos – com gritos, ofensas e palavrões – teria começado quando o rapaz de 17 anos voltou a exigir que ‘Didjio’ lhe emprestasse a moto, ouvindo uma nova recusa como resposta. "Houve uma discussão, os ânimos se exaltaram. Neste momento, o menino de 15 anos pegou um canivete e deu duas facadas no pescoço do professor. Segundo a versão dele, a vítima foi arrastada até o banheiro e lá, o mais velho pegou uma faca maior e deu mais facadas em seu corpo", narrou Hugo.

O delegado revela ainda que todo o crime aconteceu entre 21h30 e 0h de domingo, quando os adolescentes foram embora, levando a moto e o celular do coreógrafo. "Eles ainda tomaram banho da casa antes de ir embora, para apagar qualquer vestígio do crime neles", disse. Os acusados disseram que a faca e o canivete foram deixados na casa de Edvanildo, mas as armas não foram encontradas no local pela perícia.

Os jovens deverão ser processados por ato infracional de latrocínio e, por serem menores de idade, só ficarão detidos por, no máximo, três anos.

Os delegados de Estância darão detalhes sobre a conclusão do ‘Caso Didjio’ às 8h30 de hoje em entrevista coletiva na sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP), em Aracaju. A apreensão dos acusados aconteceu no dia seguinte à manifestação realizada nas ruas de Estância por grupos de defesa dos direitos dos homossexuais, que cobraram da polícia e da Justiça a prisão e condenação dos culpados pela morte do coreógrafo. Edvanildo era muito conhecido por seu trabalho em escolas da rede municipal de ensino e em projetos ligados ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), além de atuar como coreógrafo em atividades culturais do município.

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