Domingo, 16 De Fevereiro De 2025
       
**PUBLICIDADE
Publicidade

Protesto contra aumento de ônibus gera novo confronto em Aracaju


Publicado em 18 de maio de 2013
Por Jornal Do Dia


A MANIFESTAÇÃO DO 'MOVIMENTO NÃO PAGO' BLOQUEOU O TRÂNSITO NO INÍCIO DA NOITE NO CRUZAMENTO DAS AVENIDAS HERMES FONTES E BARÃO DE MARUIM

A manifestação dos estudantes começou na Praça Olímpio Campos e seguiu para a Barão de Maruim onde...

...na altura da Praça da Bandeira, obstruíram cruzamentos com a queima de pneus. Polícia e bombeiros dispersaram a manifestação após mais de 1 hora de protestos

Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br

Usuários e manifestantes do ‘Movimento Não Pago’ realizaram no final da tarde de ontem, em Aracaju, mais uma grande mobilização contra o aumento da tarifa de ônibus. Ocupando as principais ruas e avenidas do Centro da cidade, os manifestantes promoveram protestos em frente à Câmara Municipal de Vereadores (CMA), Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), e por fim, queimaram pneus no cruzamento das avenidas Hermes Fontes e Desembargador Maynard. Durante o ato público, por diversas vezes os jovens entraram em confronto com as guarnições da Rádio Patrulha e Tropa de Choque da Polícia Militar que acompanhavam a passeata.

Após ser aprovada por 17 vereadores e sancionada pelo prefeito João Alves Filho (DEM), a Lei Municipal 102/2013 permitiu que a passagem fosse reajustada em 8,8%, saltando de R$ 2,25, para R$ 2,45. Acusando o governo João de ser ditador, o estudante Demétrio Varjão, um dos organizadores do movimento, disse que a falta de diálogo entre o prefeito e os usuários do sistema é o principal motivo dos atos serem promovidos. "Ele mais uma vez nos enganou. Durante toda a campanha disse que a Prefeitura de Aracaju seria a casa do povo e iríamos ter voz lá dentro. Infelizmente a maioria dos aracajuanos foi enganada mais uma vez por João Alves".

A manifestação provocou um congestionamento superior a cinco quilômetros em todos os sentidos e agentes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT/AJU) foram acionados e tentaram regularizar o fluxo de veículos. Durante a queima dos pneus, alguns motoristas e motociclistas ainda tentaram romper a barreira de fogo e foram ovacionados pelos manifestantes. "Sabemos que em pleno dia de sexta-feira já início da noite todos querem ir para casa, mas a nossa meta é justamente parar a cidade. Antes que a Lei fosse aprovada nós chegamos a ameaçar e os vereadores e prefeito não acreditaram, agora está aí, Aracaju parando aos poucos", disse a colegial Carmem Lúcia.

Saindo da Praça Olímpio Campos, os usuários decidiram parar em frente a Alese para protestar contra o vereador Ivaldo José (PSD). Isso porque na tarde de ontem o parlamentar participava de um evento promovido pelo partido em que pertence, inclusive com a presença do ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab. "Nós não tínhamos o porquê de protestar na Assembleia, mas Ivaldo estava aqui e merecia ouvir os nossos gritos de indignação. Apesar de fazer parte do grupo de oposição de João Alves, ele votou a favor do reajuste, e na realidade todos sabem que ele é João disfarçado", alegou o engenheiro agrônomo Ricardo Max.

Bombeiros – Acionado para apagar o fogo causado pelos manifestantes, um caminhão do Corpo de Bombeiros chegou ao local da ocorrência por volta das 18h e teve muito trabalho para atuar. Isso porque diante de dezenas de populares, o jato de água pouco alcançava as lareiras. Com lágrima escorrendo pelo rosto, a jovem Luciana Trindade de apenas 19 anos disse estar surpreendida com a atitude do prefeito. "Sempre ouvi meus pais falarem de ditadura e nunca imaginei passar por isso. Esses policiais estão aqui a mando de João. Estou arrependida por apostar o meu primeiro voto a um administrador tão incoerente. Fui enganada com a história que ‘João é a solução’".

Entre as queixas mais comuns está a baixa frota de veículos, descumprimento dos horários, superlotação em todas as linhas, precariedade dos carros, onda de assaltos e falta de qualificação nos abrigos de ônibus e terminais de interligação. Conforme foi garantido pelo movimento, na próxima semana outros atos dessa natureza serão promovidos. A fim de não prejudicar o início do ato, ainda não foi divulgado à imprensa o dia, local e horário. "Não iremos parar por aqui. A nossa luta é grande e os 16 vereadores e o prefeito pagarão caro por aprovarem esse reajuste", avisou o estudante Lucas de Souza.

Detenções – Após um acordo entre os manifestantes e a Polícia Militar para que as vias fossem liberadas, um grupo de quatro pessoas foi surpreendido com a voz de prisão emitida por agentes da Tropa de Choque. Por questionar o motivo da detenção, mais três manifestantes acabaram sendo levados para a Delegacia Plantonista. Por telefone, Demétrio Varjão disse ao JORNAL DO DIA que os policiais atuaram com truculência e se inibiram para qualquer tipo de negociação. "Já estávamos nos preparando para deixar o local e eles vieram prender os nossos companheiros. Se essa atitude é para nos intimidar, o prefeito não conseguiu. Nosso movimento vai continuar, agora, ainda mais intenso", concluiu.
Após prestar depoimento ao delegado plantonista Washington Susumo Okada, os sete detidos foram liberados.

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE
Publicidade