PT reage aos ataques contra a candidatura de Rogério Carvalho
Publicado em 21 de abril de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Importantes dirigentes petistas começaram a reagir com vigor contra as informações de antigos aliados de que o ex-presidente Lula vai forçar a retirada da pré-candidatura do senador Rogério Carvalho (PT) ao governo do estado. O argumento é sempre o mesmo: Lula teria interesse em agradar o PSD sergipano, cujo candidato a governador é o deputado Fábio Mitidieri, para tentar forçar uma aliança em primeiro turno – ou a neutralidade – do PSD nacional nas eleições presidenciais.
Achar que Sergipe interfere no processo eleitoral do paios é uma grande bobagem. Com cerca de 1,6 milhão de eleitores, Sergipe tem 1% do eleitorado brasileiro e não representa nada do ponto de vista político nacional. O momento de uma candidatura própria a governador nunca foi tão propício ao PT.
Esta semana o dirigente Sílvio Santos, coordenador da pré-campanha de Rogério, divulgou um artigo em que indaga: “Tá com medo, pra veio?”. Diz Sílvio: “Uma das formas que muitos costumam usar quando não se sentem suficientemente fortes para enfrentar determinada situação e vem o medo, é a fuga da realidade. Trata-se de uma fuga psicológica que nada mais é do que usar de alguns recursos para tergiversar os fatos, desvirtuar a verdade para assim se desconectar daquela situação que deseja evitar”.
Para Sílvio Santos, ao que parece a paúra – muito medo – bateu fortes nas hostes palacianas. “E o mecanismo encontrado para encarar o fato tem sido simbolizado pelo esforço que fazem vozes e penas serem utilizadas para tentar criar um ambiente de instabilidade na construção da candidatura de Rogério Carvalho pelo Partido dos Trabalhadores e partidos aliados, ao governo de Sergipe para as eleições próximas. Tentativa vã, diga-se de passagem”, adverte.
Sílvio, que foi vice-prefeito de Aracaju, ressalta que semanalmente são divulgadas notinhas baseadas em fontes obscuras dando conta de uma negociação nacional para a possível retirada da candidatura petista do pleito desse ano em favor do malfadado bloco governista. “Olhem as pesquisas, qualquer uma, e vejam quem mais precisa de quem: Lula dos governistas? ou os governistas de Lula? Mais: porque diabos Lula abriria mão de um palanque amplo de partidos que lhe apoiam aqui e no resto do país, por um palanque cheio de bolsonaristas, ciristas, oportunistas e outras anomalias? Até os que escrevem as tais notinhas o fazem por outras razões, mas estão calvos de saber que se trata de uma artimanha useira e vezeira nas campanhas eleitorais nativas”, recomenda.
Para Sílvio Santos, “o fato é que a política, assim como a vida, não perdoa erro e nossos adversários de hoje erraram feio quando acharam que com a morte de Déda o PT sergipano também fora enterrado e a partir daí, continuaram usando a grife da estrela nas campanhas eleitorais, a memória de Déda nos palanques, mas passada cada eleição o PT era negligenciado e secundarizado”.
Na sua concepção, os adversários “continuaram errando quando pensaram que com o golpe em Dilma e a prisão arbitrária de Lula pela criminosa Lava-Jato, o PT tinha acabado. Não se acaba um partido que não tem dono, que foi construído pela base e que está enraizado na sociedade através da participação social efetiva. Parafraseando o próprio Lula, o PT é mais que um partido, é uma ideia, e é impossível acabar com as idéias”.
Sílvio chama a atenção dos menos avisados que são atingidos por essas notas contra a candidatura de Rogério, que elas, na verdade, “revelam o medo que nossos adversários têm de enfrentá-lo no debate das ideias, no coração do povo e nas urnas. Consequentemente reconhecem nele um candidato forte e competitivo”.
E conclui: “Dito isso, afirmo que não temos tempo a perder com notinhas fakes. Nossa responsabilidade com o futuro de Sergipe e com a melhoria da qualidade de vida do nosso povo é muito maior que os dramas psicológicos dos nossos concorrentes. Aliás, peço licença ao velho e genial poeta Chico Buarque para sugerir um “bom conselho que lhes dou de graça, inútil mentir que a dor não passa”. Se acostumem com a realidade de Lula, Rogério e o povo juntos, na mesma caminhada, na mesma esperança, no mesmo e único palanque”.
Com cerca de 1,6 milhão de eleitores, Sergipe tem 1% do eleitorado brasileiro e não representa nada do ponto de vista político nacional
Candidatura ao Senado
Começou a dar água na pré-candidatura do deputado federal Laércio Oliveira (PP) ao Senado Federal pelo bloco governista. Iniciou com a divisão da classe empresarial em função da disputa pela presidência da Federação do Comércio, onde Laércio está concluindo o segundo mandato, e atinge também partidos do bloco governista.
Mesmo que as candidaturas do ex-governador Jackson Barreto (MDB) e/ou a do ex-deputado André Moura (União) não seja viabilizada, grupo influente junto ao governador Belivaldo Chagas começa a trabalhar uma alternativa distante do chamado bloco governista: o ex-senador Eduardo Amorim, hoje no PL, partido presidido pelo seu irmão Edvan, e que sacrificaria a pré-candidatura de Valmir de Francisquinho para fortalecer a candidatura de Fábio Mitidieri (PSD).
Valmir e o seu filho Talysson disputariam vagas para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.
Ao menos por enquanto, a candidatura de Laércio ao senado não tem nem mesmo a simpatia do governador.
Sem aumento real
O governo Bolsonaro deu mais um exemplo, na última semana, do tamanho do seu desprezo pelo sofrimento da população brasileira. Apesar da política econômica fracassada de Paulo Guedes aumentar cada vez mais a inflação e os preços no país, foi enviada ao Congresso Nacional a proposta de reajuste do salário-mínimo, para o próximo ano, de R$ 1.294.
Caso o valor seja confirmado, esse será o quarto ano seguido sem que o salário-mínimo tenha aumento real. Até 2019, o salário-mínimo previa a correção pela inflação do ano anterior mais o aumento real do PIB de dois anos antes. A regra proporcionou reajustes reais aos trabalhadores. A regra foi instituída em 2011, no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff.
De acordo com o texto do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o salário-mínimo proposto pelo governo para 2023 terá um reajuste de R$ 82, aumento de 6,7%. O valor é justamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) previsto pelo Ministério da Economia, feito em março.
Mudança pelo voto
Nove em cada dez adolescentes acreditam que o voto tem poder para transformar a realidade. Além disso, dois em cada três disseram que pretendem votar nas eleições deste ano, segundo pesquisa divulgada terça-feira (19) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O prazo para que adolescentes tirem o título de eleitor e votem nas eleições deste ano termina no dia 4 de maio.
No Brasil, o voto é obrigatório a partir dos 18 anos de idade, mas adolescentes de 16 e 17 anos e aqueles de 15 anos que completam 16 anos até o dia 2 de outubro – data do primeiro turno das eleições de 2022 – também podem tirar o título de eleitor e participar do processo eleitoral.
Para entender melhor esse público, o Unicef e a organização da sociedade civil Viração Educomunicação realizaram uma pesquisa online com 3,1 mil adolescentes de 15 a 17 anos de todas as regiões do país. Nela, 64% afirmam que vão votar este ano, 21% ainda não sabem dizer e 15% disseram que não vão comparecer às urnas. Quando perguntados sobre a importância dessa participação, nove em cada dez adolescentes afirmam que o voto tem poder para transformar a realidade.
Entre os que disseram que não vão votar neste ano, apenas 10% afirmam que, de fato, não querem votar. Outros 17% disseram que não conseguirão tirar o título de eleitor a tempo e 69% afirmaram não ter idade suficiente. Entre quem disse não ter idade suficiente, havia adolescentes de 15 que não completarão 16 anos até outubro, mas também alguns de 16 e 17 anos, que poderiam votar, mas não tinham essa informação.
Marcha de prefeitos
Prefeitos e prefeitas sergipanos participarão da XXIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, um evento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que acontecerá entre os dias 25 e 28 de abril, na capital federal. A Marcha é realizada anualmente, há mais de 20 anos, que reúne gestores municipais e autoridades de todo o país, para discutir temáticas que influenciam o desenvolvimento dos municípios.
De acordo com a Federação dos Municípios do Estado de Sergipe (FAMES), aproximadamente 30 gestores já confirmaram a participação no evento. Além de prefeitos e prefeitas, também estarão presentes, vice-prefeitos, secretários municipais, procuradores e vereadores do estado de Sergipe.