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Rogério Santos lança o livro "Betume"


Publicado em 23 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia


Rogério Santos espera o reconhecimento com o livro "Betume"

Monique Oliveira
moniqueoliveira@jornaldodiase.com.br

Para aqueles que gostam de uma boa leitura, o livro "Betume", do autor Rogério Santos, pode ser uma boa opção. Na entrevista abaixo ele fala das motivações e dificuldades que encontrou para produzir o livro, além disso, comenta sobre as histórias e curiosidades que o leitor vai encontrar no decorrer de sua leitura.
No contexto, Betume faz uma crítica ao abandono de um povo. Fala sobre a rizicultura do Baixo São Francisco, contando uma história de forma envolvente, quando na atualidade diversos rizicultores sofrem não só com as dificuldades do plantio, mas também por fazerem parte de uma região extremamente pobre, quase sem perspectiva de crescimento.

Qual foi a maior motivação para escrever o livro "Betume", o por que do projeto?

A literatura sempre foi terreno benquisto e bem explorado, e a mania de escrever sempre esteve presente. Assim, tendo em vista a minha mudança para a região do baixo São Francisco sergipano há cerca de sete anos, deparei-me com o jeito simples e folclórico dos típicos dessa região. Encontrei terreno fértil para meus escritos e sabendo da existência da tal fazenda que daria origem mais tarde ao povoado que dá nome ao livro (Betume), achei interessante relatar a história desse povo, ainda que seja amparada num mix de realidade e ficção. Assim, a motivação parte do folclore local, coronelismo, regionalismo, cenários agrestes, fatos históricos, numa tentativa de se fazer conhecida essa história.

Quando surgiu a ideia de fazer o livro? E quando ela foi colocada em prática?

A ideia surgiu assim que conheci o lugar em questão, fiquei encantado com histórias de plantadores de arroz, coronéis, fazendas, trabalhadores sem nome, simplesmente apelidados, com casos e situações vividas por esse povo, que são verdadeiras enciclopédias do seu meio. Então assim que aportei por aqui há sete anos, logo pensei: estou diante de um excelente tema para escrever. Consegui então, depois de várias tentativas com editoras, só agora concretizar o projeto.

Qual foi a maior dificuldade para fazer o livro? Encontrar fontes seguras de informação?

A pesquisa feita baseou-se em conversas à medida que visitava o lugar, através de pessoas que dialogava. Portanto, as fontes pesquisadas tratam-se de relatos boca a boca, histórias de enchentes, pescarias, folclore, festas de Bom Jesus, não existe assim a preocupação de ter algo demasiadamente seguro quanto a fatos, já que temos uma obra que tem um cunho mais ligado a ficção que ao verídico. Temos sim fatos históricos elencados no livro, que são poucos, sendo a desapropriação da fazenda um deles.

O que o leitor deve encontrar no livro? Entrevistas, histórias ou curiosidades? Por quê?

Mais precisamente histórias e curiosidades. Betume é um livro regionalista, dividido em três partes que se correlacionam, tem como cenário uma região marcada pelo analfabetismo e pobreza. O leitor se deparará com tipos marcantes, tais como coronéis, prostitutas que viram santas, árvores conselheiras, vagabundos, almas penadas e vinganças que trespassam a barreira da vida e da morte. Os fatos verídicos consistem nas plantações de arroz, dificuldades de cultivo do grão, desapropriação da fazenda, enchentes, jeito simples de viver daquele povo. Não quis elencar nomes, nem situações verídicas por uma decisão pessoal de não falar dos verdadeiros donos da fazenda Betume. Mas temos assim fatos verídicos: A existência da fazenda, sua divisão em lotes para rizicultura e o surgimento do povoado Betume em face disso.

Qual o principal objetivo do livro, que informação pretende passar a seu leitor?

A intenção é divertir o leitor, pois visualizo o livro sob uma óptica romântica, capaz de trazer informação e denunciar quando preciso. Betume traz a literatura regionalista nordestina de volta, nos fazendo reviver histórias dos nossos avós, nos fazendo lembrar de uma época em que as coisas mais simples como o boa tarde, de detardezinha, eram altamente valorizados.

O que o contexto influencia no momento atual? Por quê?

Como disse antes, temos na obra a rizicultura do baixo São Francisco contada de uma forma envolvente. Na atualidade diversos rizicultores sofrem não só com as dificuldades do plantio, mas também por fazerem parte de uma região extremamente pobre, quase sem perspectiva de crescimento. O livro faz uma crítica ao abandono daquele povo.

Quando, onde e que horas será a noite de autógrafo?

Outubro. Em noite ainda a ser definida da Biblioteca Epifânio Dórea.

Você planeja lançar outros livros ou está parando por aqui com dever de missão cumprida?

Pretendo sim. Espero que Betume seja só um começo. Já tenho um outro que está em fase final de elaboração: Aná das Curimã. Esse será ambientado em Estância, minha terra natal, entre os anos 30,40 e 50 e será meio urbano meio rural.
Como o livro Betume pode ser adquirido?

Ele já está disponível na Escariz e em diversos sites, tais como livraria Cultura, giz editorial. Quem quiser também pode acessar o youtube e ver a resenha crítica que fizeram sobre ele. É só colocar Livro Betume e a resenha aparece. O bom é que compararam o livro a Macunaína de Mário de Andrade. Achei isso demais! Brevemente ele também estará nas livrarias Saraiva.
Quantos livros já foram encomendados? Quantos você ainda espera serem adquiridos pelos leitores? E qual seria a sua meta?

A tiragem foi de 1.200 exemplares. Não tenho dados sobre vendas ainda. Acho que o momento é fazer a obra ser conhecida. Estou curtindo o momento de uma realização pessoal há muito perseguida, por isso, quero ser lido, independentemente que isso gere retorno financeiro ou não.

Deixe uma mensagem para o leitor dessa entrevista.

Bom, só tenho a dizer que leiam o Betume, vocês vão se surpreender com a história de Capilé, Amaro e Averardo com sua cachorrinha Piaba. Para quem gosta da literatura regionalista nordestina, eis uma obra com tal perfil. Quem quiser entrar em contato pode também visitar o facebook do livro Betume. E um muito obrigado a todos!

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