Segurança será feita por 4.500 policiais

Gabriel Damásio

O esquema de policiamento das Eleições 2014 em todo estado envolve, ao todo, 4500 pessoas, sendo 450 policiais civis, 800 soldados do Exército Brasileiro e mais 3.300 da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Desde sexta-feira e durante a manhã de ontem, servidores das quatro forças deslocaram suas equipes para as cidades do interior, onde parte do efetivo ficará concentrado. A prioridade são para os municípios considerados estratégicos, como Itabaiana, Estância, Itabaiana, Lagarto, Capela e Canindé do São Francisco, além das zonas eleitorais que pediram reforço na segurança por terem históricos de incidentes causados durante a votação.

O Exército estará em 12 desses municípios, cujos pedidos de tropas federais foram confirmados na última quarta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo assim, a autorização oficial da presidente Dilma Rousseff ao 28º BC só foi dada na noite de quinta-feira – e comunicada pelo Ministério da Defesa na madrugada de sexta. Pela lei, os envios de tropas federais devem ser autorizados formalmente pela Presidência da República (que é o comando máximo das Forças Armadas), com base nos pedidos do TSE ou, em outros casos, dos governadores dos estados.

Ontem, os militares baseados no 28º Batalhão de Caçadores (28º BC), fizeram a formatura e o embarque das tropas, que foram deslocadas em ônibus e caminhões com armas, equipamentos e mantimentos a serem usados na Operação Eleições 2014. Antes do embarque, 150 soldados se perfilaram no quartel do batalhão, no 18 do Forte (zona norte), onde receberam instruções e foram passados em revista pelo comandante, o tenente-coronel de infantaria Marcus Augusto da Silva Néto.  

As tropas já estão nos municípios de Arauá, Pedrinhas, Riachão do Dantas, Boquim, Umbaúba, Santa Luzia do Itanhy, Indiaroba, Ilha das Flores, Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Estância e Poço Verde. Alguns deles são cobertos pelo 28º BC, sediado em Aracaju, enquanto os outros têm efetivos de três unidades militares baseadas na Bahia: o 19º Batalhão de Caçadores (19º BC), de Salvador; o 35º Batalhão de Infantaria (35º BI), de Feira de Santana, e a 1ª Companhia de Infantaria (1ª Cia Inf), de Paulo Afonso. O comando das ações em Sergipe está com o general-de-divisão Artur Costa Moura, da 6ª Região Militar (6ª RM), sediada em Salvador.

De acordo com Augusto, as equipes do Exército fizeram atividades de reconhecimento e patrulha até a madrugada de hoje, devendo permanecer em atividade na apuração dos votos e até a manhã de segunda-feira, com o fim das atividades eleitorais em cada cidade. O oficial explicou que o trabalho do Exército é chamado de Garantia da Votação e Apuração (GVA) e feito de forma integrada com as polícias, dentro do plano definido pelos juízes de cada zona eleitoral. Além disso, as tropas federais terão poder de polícia, garantido pela Lei Eleitoral, por uma resolução do TSE e por duas leis complementares que fixam as diretrizes para o emprego das Forças Armadas no processo eleitoral.
"A participação das Forças Armadas tem como finalidade garantir que o pleito eleitoral transcorra dentro da normalidade. São cerca de 800 militares que atuarão de forma conjunta os órgãos de segurança pública e sob a coordenação da Justiça Eleitoral. A principal finalidade é impedir que qualquer ato ilícito venha a se constituir um crime eleitoral, tais como boca-de-urna, compra de votos e transporte ilegal de eleitores. Tudo para garantir ao cidadão o pleno exercício da cidadania", disse Marcus Augusto.

O tenente-coronel explicou ainda que, antes mesmo de o TSE decidir sobre a presença de tropas federais em cidades de Sergipe, o Exército se adiantou e preparou suas tropas para atuar na votação. Entre os dias 18 e 25 de setembro, o 28º BC sediou a "Operação Cantuária", uma grande operação de treinamento realizada rotineiramente pela corporação, envolvendo 1.400 militares de Sergipe e de quartéis das 6ª RM e da 7ª RM, de Recife (PE). As tropas fizeram exercícios de defesa estratégica, assistência à população e de GVA, com simulações de processos eleitorais. "Tivemos a oportunidade de realizar atividades vocacionadas para a garantia da eleição. As tropas estão plenamente adestradas capacitadas para trabalhar nesse tipo de operações", assegura.