A paralisação dos motoristas do grupo Progresso virou rotineira em Aracaju. (Foto: TVSergipe/Divulgação)
Sem receber salários, motoristas da Progresso voltam a paralisar ônibus
Publicado em 02 de fevereiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Milton Alves Júnior
Dirigentes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) precisaram solicitar reforço junto à empresas que também integram o sistema de transporte coletivo na região metropolitana de Aracaju, depois que centenas de motoristas e cobradores do Grupo Progresso decidiram paralisar todas as atividades. Pela segunda vez em menos de 30 dias, a classe trabalhadora deliberou pela suspensão dos serviços como forma de pressionar o grupo empresarial para que se promova a imediata quitação de dois meses de salários atrasados, férias atrasadas, além da revisão de salários sem aumento há dois anos.
De acordo com a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Aracaju (Sinttra), é preciso que os profissionais permaneçam pressionando o poder público, para que os pleitos possam ser atendidos em curto prazo. No final da tarde de ontem os profissionais garantiram que o movimento grevista vai permanecer por tempo indeterminado, sendo suspenso apenas quando os direitos trabalhistas forem sanados. Ao todo, 1.200 profissionais – entre motoristas, cobradores e técnicos de manutenção -, haviam deliberado pela paralisação. A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) revelou que a manifestação gera impacto direto em itinerários que circulam em vários bairros da capital, em especial, na Coroa do Meio, Santa Maria, Jardins, Centro e conjunto Augusto Franco.
Por meio de nota pública a direção do Setransp esclareceu que: “O Grupo Progresso foi surpreendido com bloqueio de todas as suas contas bancárias e recursos pelo prazo de 30 dias, isso proveniente de determinação judicial da justiça federal e a pedido da Fazenda Nacional, o que inviabilizou os pagamentos na data acordada com os trabalhadores, sendo certo que as medidas judiciais cabíveis já foram adotadas para que esses recursos sejam liberados para pagamento. Neste momento, o Grupo tem mantido negociação com os rodoviários para buscar liberar a operação o quanto antes.
O Setransp volta a alerta que essa situação é uma consequência da realidade de desequilíbrio econômico vivido pelo setor de transporte, que durante esses últimos dois anos de pandemia acumulou débitos e aumento de custos, enfrentou uma dura queda de receita e continua não contando com nenhum aporte extra tarifário. Isso tem colocado em risco a operação regular do serviço em Aracaju e na região metropolitana. O Setransp tem buscado apoio dos governos Municipal, Estadual e Federal no sentido de se obter subsídios para as gratuidades, isenção do ICMS do diesel e outras vias que podem contribuir com a redução do impacto dos custos do transporte coletivo.”