Sergipanos estão vivendo mais, diz IBGE
Publicado em 03 de agosto de 2013
Por Jornal Do Dia
Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br
Os sergipanos estão vivendo mais. A publicação "Tábuas de Mortalidade por Sexo e Idade – Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação – 2010" apresenta os indicadores das tábuas de 1980 que comprovam o aumento da vida da população. O material foi lançado ontem, dia 2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números fazem parte de um estudo de Tábuas de Mortalidade, que acompanha a variação dos índices de mortalidade por regiões e estados do país através de estatísticas de óbitos provenientes do Registro Civil e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
A expectativa de vida de Sergipe registrou um acréscimo de 9,13 anos para os homens e 12,70 para as mulheres. Em 1980 o homem sergipano tinha uma expectativa de vida de 57,80 anos, já a mulher 62,54. Em 2010 a tabela apresenta que a expectativa subiu para 66,93 no caso do sexo masculino e 75,24 o feminino.
Segundo o economista Ricardo Lacerda, os dados foram positivos, porque a mortalidade caiu nas regiões mais pobres, a exemplo do Nordeste. E ele ressalta ainda que esse aumento não aconteceu apenas nas capitais. "Em Sergipe o índice cresceu também no interior", observou.
Ele destaca ainda os aspectos do crescimento. "Queda da mortalidade infantil, os idosos estão vivendo mais tempo. Esses fatores estão relacionado à melhoria na vida das pessoas, com renda mais elevada e a inserção de políticas públicas, como acesso a saúde, saneamento básico, água tratada", analisou o economista.
Com relação à mortalidade infantil, o estado teve redução de 90,1 (1980) para 22,6 (2010) mortes para cada mil nascidos vivos, índice que representa um recuo de 74,91% no número de casos.
A aposentada Maria José dos Santos, 70 anos, diz que quer viver até os 100 anos. Para isso, ela se cuida, pratica atividade física, faz exames periódicos e segue a risca as orientações médicas. "Antigamente as pessoas achavam que a idade era um peso, hoje não, vejo muitas pessoas da terceira idade se cuidando para ser o mais saudável possível. Eu faço atividade física cinco vezes por semana, viajo, resolvo minhas coisas sem precisar de ninguém", contou.
Mesmo com uma vida ativa, ela sente falta de trabalhar fora de casa. "Em maio completei 70 anos e a lei não permite que eu continue trabalhando, aí tive que sair na ‘expulsória’", brincou.
No caso da obrigatoriedade da aposentadoria, ela chama a atenção das autoridades para que haja algumas mudanças. "Acredito que a lei poderia ser revista, para deixar livres as pessoas que gostariam de continuar trabalhando. No meu caso, sair de casa todos os dias era uma terapia, sem contar que mesmo com 70 anos exercia minhas atividades plenamente". Ela ainda deixa um recado para os mais jovens. "Vejo muitos jovens reclamando da vida, mas é tão bom viver, eu só tenho o que comemorar".
Nordeste – A região Nordeste, que tinha a esperança de vida ao nascer mais baixa em 1980 (58,25 anos) teve, em 30 anos, um incremento de 12,95 anos nesse indicador, chegando em 2010 a 71,20 anos, ligeiramente acima da região Norte, que anteriormente estava à sua frente (de 60,75 para 70,76 anos). Essa inversão se deveu principalmente ao aumento de 14,14 anos na esperança de vida das mulheres nordestinas, que foi de 61,27 anos para 75,41, enquanto que a das mulheres da região Norte aumentou 10,62 anos, de 63,74 para 74,36 anos.