Sergipe faz levantamento sobre catadores de material reciclável
Publicado em 05 de setembro de 2013
Por Jornal Do Dia
Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br
Está sendo realizado em Sergipe um levantamento de todos os dados sobre os catadores de material reciclável e coletadores. De acordo com o secretário Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Genival Nunes, as conferências municipais e as reuniões dentro dos consórcios exigiu que os municípios fizessem uma espécie de busca ativa dos catadores e coletadores.
Os catadores são aqueles que estão dentro da cidade fazendo a coleta do lixo nas portas e os coletadores que estão dentro dos lixões. Os municípios farão o diagnóstico quantitativo. Paralelamente, o Plano Estadual de Resíduos Sólidos também está fazendo uma busca ativa desses catadores/coletadores e checando com cada município.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê a incorporação desses catadores como agentes ambientais dentro da política do reaproveitamento de reciclagem. "Vamos, portanto, a partir do diagnóstico saber quantos existem e capacitar essas pessoas", informou Genival. Para isso, já existem recursos do Ministério do Meio Ambiente na ordem de R$ 4,5 milhões. "Nossa expectativa é que existam aproximadamente 1.100 catadores em todo o Estado, porém a maioria deles está em Aracaju", disse.
A meta é que a partir da capacitação, eles possam ser transformados em agentes ambientais e qualificados para trabalhar nas usinas de reciclagem e de compostagem. Além da capacitação, o Estado pretende oferecer instrumentos de trabalho como equipamentos de proteção individual e a construção de galpões, pois o recurso alcança esse tipo de incentivo. "Vamos inserir as pessoas dentro da cadeia da inclusão social definitiva para que eles possam sair dos lixões", avisou o secretário.
A Política Estadual de Resíduos Sólidos prevê apenas a destinação final, que acontece no aterro sanitário. "A construção dos aterros é prioritária para que possamos depositar o rejeito, muito embora o resíduo passe por um processo de reaproveitamento".
Para Genival Nunes, a Cooperativa de Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju (Care) é um belo exemplo de iniciativa de um segmento dos catadores, que hoje tem uma organização profissional. "É um modelo a ser seguido", ressaltou.
Por dia são produzidas 700 toneladas de lixo em Sergipe, 70% dessa produção pode ser reaproveitada. O reaproveitamento ajuda a amenizar as agressões ao meio ambiente, além de ajudar a milhares de pessoas a incrementar a renda familiar. Em Aracaju, a Care realiza desde 2001 a coleta seletiva do lixo. Lá os cooperados trabalham em turnos de oito horas. Essas pessoas foram oriundas da lixeira e não tinham perspectivas de crescimento. Agora com o trabalho, elas conseguem uma renda mensal que fica acima de um salário mínimo.
A coleta seletiva ajuda a aumentar a vida útil dos aterros sanitários, além de gerar emprego e renda para os participantes da Cooperativa; reduz a poluição do ar, água e do solo. Fatores que influenciam diretamente na qualidade de vida da sociedade; melhora a limpeza da cidade, pois a cidade que adquire o hábito de separar o lixo, dificilmente o joga em vias públicas.
Unidade de beneficiamento – A Prefeitura de Barra dos Coqueiros estará disponibilizando uma área de 15 mil metros, sendo 3 mil metros para instalação da unidade de beneficiamento (reciclagem) CATAFORTE III, que fará a coleta seletiva do município.