Sergipe tem a 2ª maior taxa de desaparecidos do Nordeste

Pelo segundo ano consecutivo, o levantamento estatístico realizado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, apontou que, de forma proporcional ao número de habitantes, o Estado de Sergipe registrou a 2ª maior taxa de pessoas desaparecidas na região Nordeste. O indicativo oficializou que a menor Unidade federativa do Brasil contabilizou uma taxa de 23,8%, ficando atrás apenas do Estado de Pernambuco com 29,6%; Sergipe é seguido por Ceará (23%); Alagoas (20%); Rio Grande do Norte (18%); Maranhão (17,2%); Bahia (16,3%); Piauí (14,7%); e Paraíba (13,5%). No ano de 2021, o estudo indicou Sergipe com uma taxa de 21,5% no índice de pessoas desaparecidas.
Ainda conforme destacado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em números absolutos, esse índice percentual do ano retrasado representa 472 pessoas desaparecidas, enquanto no ano passado esse número subiu para 525. Os dados que foram apresentados esta semana identifica outro aspecto negativo. Pelos peritos foi observado que o número de pessoas localizadas em 2021 foi de 106, enquanto no ano passado foi apenas de 27. De acordo com os profissionais envolvidos na apuração, a resposta para o aumento de ocorrências registradas está no período de enfrentamento à Covid-19, bem como o momento pós-pandêmico. O comparativo entre os anos de 2019 (pré-pandemia) e 2020 (pandemia), contribuem para que esta tese se aproxime ao máximo da fidelidade de cenário.
A preocupação com o desaparecimento de pessoas em todas as regiões do Brasil ganhou destaque nacional, inclusive em publicação feita pelo JORNAL DO DIA no último mês de maio quando o Mapa dos Desaparecidos no Brasil, entre os anos de 2019 a 2021, mais de 200 mil pessoas desapareceram no Brasil. Esse quantitativo representa uma média de 183 desaparecimentos por dia. Sobre estes números contabilizados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro do ano passado, Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lamenta que as estatísticas voltaram a apresentar crescimento. As declarações foram concedidas à Agência Brasil, portal de notícias do Governo Federal.
“Esse é um número muito elevado e, quando a gente verifica, por exemplo, as taxas de reencontro de pessoas produzidas pelas polícias, elas são muito menores. Ou seja, a gente nem consegue hoje dimensionar a quantidade de pessoas que efetivamente estão desaparecidas no Brasil”, disse. Do total dos desaparecimentos nos anos de 2019 e 2021, quase 30% foram crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos. Quando se trata de ocorrências envolvendo pessoas com idade inferior a 18 anos – independentemente da região –, Samira Bueno destaca que, em decorrência dos múltiplos motivos, é impossível pontuar um ou dois motivos específicos para estas ocorrências. (Milton Alves Júnior)