Os manifestantes realizaram marcha pelas principais ruas de Poço Redondo, cobrando mais investimentos por parte da Deso. Foto: Daniel Rezende
Sertanejos protestam por falta de água
Publicado em 22 de março de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Na iminência de se comemorar o Dia Mundial da Água (22 de março), integrantes de movimentos sociais e camponeses, de mais de dez comunidades do Alto Sertão de Sergipe, se reuniram na manhã desta segunda-feira (21), em Poço Redondo, para uma mobilização contra a falta de água na região. Os manifestantes realizaram marcha reivindicatória, pelas principais ruas da cidade, clamando por mais investimentos por parte da Deso e do Governo de Sergipe.
Na ocasião compareceram ao ato os moradores de Poço Redondo (Patos, Pedrinhas, Pedras Grandes, Maranduba e Óleo); Monte Alegre (Retiro); Canindé de São Francisco (Canindé Califórnia) e Porto da Folha (Lagoa da Volta, Deserto, Jureminha e Vitória do São Francisco). A organização do ato ficou por conta de integrantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA/SE), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/SE) e da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).
Na pauta de cobrança o foco foi a falta de água, uma situação antiga que atinge milhares de lares em todo o Sertão Sergipano. Denunciando que em certas comunidades, as pessoas estão sem água há mais de dois anos, a coordenadora do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA/SE), Rafaela Alves, pontuou a necessidade da Deso e do Governo de Sergipe abrirem o olhar para tamanho descaso.
“O Sertão todo está mobilizado. Aqui temos Porto da Folha, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Canindé de São Francisco porque temos que resolver a situação da falta de água, que acaba envolvendo tanto as comunidades de camponeses (e assentamentos) quanto o povo das cidades, sobretudo os mais pobres. Mais uma vez queremos dizer para a Deso que a gente precisa que ela organize essa situação de falta de abastecimento de água. Não é possível até hoje, as pessoas ficarem mais de 20 dias sem acesso à água, sendo que algumas regiões não recebem água há mais de dois anos. Essa é uma triste realidade em que nós estamos vivendo há muito tempo”, disse Rafaela.
De acordo com o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/SE), Roberto Araújo, o ato, em reverência ao Dia Mundial da Água, tratou-se de uma luta em defesa da água e do abastecimento para a população mais carente. “A gente já não aguenta mais essa situação. A Deso tem que dar uma resposta em relação a falta de água. No MST, nos sabemos o quanto o povo assentado está sofrendo. Queremos saber por que antes chegava água e agora não chega mais? Se existe rede de água, por que não temos água em nossas torneiras? A Deso precisa fiscalizar isso, pois provavelmente existe algum desvio de água acontecendo aí. Hoje foi um dia de luta e mobilização pra cobrarmos das autoridades que resolvam o problema de falta de água o mais rápido possível.