Servidores da Justiça voltam ao trabalho

Os servidores do Tribunal de Justiça de Sergipe retomam as atividades nesta sexta-feira, 31 de outubro, após dois dias de paralisação em defesa de melhores salários e isonomia de benefícios.
A categoria iniciou o segundo dia de paralisação com um café da manhã, às 8 horas, na Praça Fausto Cardoso, em frente ao Palácio da Justiça, no centro da cidade. Por volta das 9h30, os servidores realizaram uma passeata pelas ruas de Aracaju.

Durante a manifestação, os servidores denunciaram a existência de privilégios que vêm prejudicando a valorização de técnicos e analistas judiciários que atuam em Sergipe.
Os servidores reivindicam um reajuste salarial de 10%, além de isonomia no auxilio de alimentação em relação ao auxílio moradia concedido aos juízes. Recentemente houve aumento de mais de R$ 2.000,00 do benefício, que foi elevado a R$ 4.377,73 para os magistrados. A categoria também reclama do grande número de servidores em cargos de comissão e funções de confiança.

Na avaliação de Plínio Pugliesi, presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Sergipe (Sindijus), os dois dias de paralisação foram importantes para dar visibilidade à luta dos trabalhadores do poder judiciário.
"Os dois dias de paralisações foram muito produtivos do ponto de vista do nosso objetivo, que foi divulgar junto à opinião pública a situação do Tribunal de Justiça de Sergipe com privilégios que comprometem os direitos dos trabalhadores. A mobilização serviu para chamar a atenção da sociedade sobre este problema", disse.

Plínio Pugliesi destacou que a paralisação foi uma advertência e que a mobilização vai continuar. No dia 10 de novembro os trabalhadores realizam assembleia para discutirem novos encaminhamentos. A categoria decidiu pela paralisação em assembleia geral realizada no dia 20 deste mês em protesto à falta de um posicionamento do judiciário sobre a pauta de reivindicações.
De acordo com o Sindijus, o Tribunal de Justiça de Sergipe paga um dos salários mais baixos para os concursados, mas para os comissionados os salários podem chegar a R$ 16 mil.
Ainda segundo os manifestantes, dos três mil servidores do TJSE, quase mil são cargos por indicações políticas. "A soma dos salários dos comissionados chega a R$ 43 milhões", informou Plínio Pugliesi. Em nota divulgada na última quarta-feira, o tribunal contestou as informações do sindicato.