Servidores do judiciário paralisaram atividades

Kátia Azevedo
katiaazevedo@jornaldodiase.com.br

Com pratos vazio e carro de som, os servidores do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ/SE) protestaram na manhã de ontem contra a desigualdade no pagamento do Auxílio Alimentação entre juízes e funcionários do órgão, motivo que também levou a categoria a paralisar os serviços durante a quarta-feira.
No Centro da cidade, os protestos aconteceram na porta da sede do TJ/SE, em frente à praça Fausto Cardoso. No Fórum Gumercindo Bessa também houve manifestação. A mobilização foi organizada pelo Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Sergipe (SINDIJUS), com apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
"O prato vazio é o símbolo da luta pela igualdade no pagamento do Auxílio Alimentação entre juízes e servidores no TJSE e também uma forma de mostrarmos nosso repúdio e indignação em relação a mais essa desigualdade dentro do Judiciário sergipano", disse Gilvan Tavares, diretor do SINDIJUS.
De acordo com ele, o objetivo da paralisação foi pressionar o poder judiciário a dar andamento a negociação sobre proposta referente à equiparação da concessão do benefício entre as diferentes hierarquias administrativas do TJ/SE. "Já são sete meses sem uma resposta do tribunal sobre o pleito apresentado pelos trabalhadores", disse.
Sobre a suspensão dos serviços, o diretor do SINDIJUS disse que a direção do sindicato informou ao judiciário sobre a paralisação. "A nossa intenção não é prejudicar a população", esclareceu.    
No dia anterior à paralisação, a diretoria do SINDIJUS  mobilizou os servidores lotados nos Fóruns Integrados I (Santos Dummont), II (Maracaju) e III (Distrito Industrial), em Aracaju.
A paralisação foi definida em assembleia geral da categoria em agosto e integra a campanha de valorização salarial dos servidores, que reivindicam o pagamento isonômico do Auxílio Alimentação.
De acordo com informações da diretoria do SINDIJUS, os juízes recebem auxílio-alimentação no valor de R$ 710, enquanto os servidores recebem cerca de R$ 180.
Em julho deste ano, o presidente do TJ/SE, o desembargador Cláudio Dinart Déda Chagas, recebeu a diretoria do SINDIJUS. Naquela ocasião, o TJSE informou a intenção de realizar a equiparação nos valores pagos, a título de auxílio-alimentação, entre servidores e magistrados, de forma parcelada, a partir de 2014. Também ficou definida, até o final de 2013, a concessão da adequação no reajuste do auxílio-alimentação, que foi de 5,37%, atendendo a previsão inflacionária para o período, para o índice real, apurado em dezembro/2012 que foi de 6,2%. Apesar disso, a diretoria do sindicato informa que as negociações não avançaram.
Em nota, o Tribunal de Justiça de Sergipe divulgou que apesar da paralisação, todas as unidades jurisdicionais funcionaram normalmente, inclusive com a realização de audiências já marcadas.