Quinta, 12 De Junho De 2025
       
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Taxistas entram na mira de assaltantes em Aracaju


Publicado em 22 de outubro de 2012
Por Jornal Do Dia


Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

Entre os anos de 2007 e 2008, a Grande Aracaju viveu um grande surto de assaltos a ônibus, cujas ocorrências chegaram a somar 1.207 apenas em 2008. A situação alarmou a população e exigiu uma constante ação da polícia sergipana, a ponto de criar uma divisão especial dentro da Polícia Civil voltada exclusivamente para este tipo de crime. Em consequência disso, o número de assaltos caiu nos três anos seguintes. No entanto, o sinal amarelo acendeu para outra categoria de transporte coletivo que há muito vem reclamando do aumento da violência: os taxistas. Dados do Sindicato dos Taxistas de Sergipe apontam que, desde janeiro deste ano, cerca de 600 assaltos a táxis já foram registrados pela polícia, além de quatro assassinatos de taxistas.

O caso mais recente foi o de Manoel Nilton de Souza Messias, o "Bigode", 56 anos, morto na noite da última quinta-feira por uma quadrilha de assaltantes que guiou-o do Cj. Augusto Franco até o morro conhecido como "Suvaco da Gata". Segundo a polícia, a corrida até o local foi pedida pelas acusadas Marcela da Conceição Santos, 23 anos, Fabiana dos Santos, 18, e uma adolescente de 14 anos, presas em cerca de 15 horas depois do crime. Já os dois acusados ainda foragidos, Jean Carlos Santos de Oliveira, 33, e o irmão dele, um adolescente de 17 anos, roubaram a renda de "Bigode" e o mataram com dois tiros e uma facada. A morte de Manoel, que estava há 30 anos na profissão, reacendeu a sensação de medo e insegurança na categoria, que, contudo, não é nova.

Sobretudo nos últimos meses, têm sido frequentes os casos de assaltos e de sequestros-relâmpagos contra os taxistas, principalmente entre os que fazem ponto à noite em áreas como Centro, Atalaia, bairros da zona norte e conjuntos residenciais de Nossa Senhora do Socorro. Em alguns casos, os profissionais são obrigados a entrar nos porta-malas dos próprios carros ou mesmo conduzir os assaltantes para cometer outros crimes. Foi o que aconteceu na terça-feira passada com um taxista que, ao conduzir uma passageira que pegou no Cj. João Alves, em Socorro, foi obrigado por ela e por outros dois comparsas a leva-los até uma casa lotérica na Avenida Ivo do Prado, no Centro, onde fizeram um assalto.

Em outro caso, no último dia 25, outro taxista foi esfaqueado por dois homens e uma mulher que embarcaram na Avenida Visconde de Maracaju (zona norte) e seguiram até a Praia da Costa, na Barra dos Coqueiros (Grande Aracaju), onde o assalto foi anunciado. O refém conseguiu escapar dos criminosos, mas perdeu sangue e, ao ser socorrido no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), precisou levar 20 pontos cirúrgicos no local dos ferimentos. Os bandidos fugiram levando o táxi, documentos, telefones celulares e a renda de R$ 1 mil.

"A gente sai de casa todo dia na maior tensão, sem um minuto de sossego. Cada passageiro que entra é um risco. E a gente não tem nenhuma outra proteção, só Deus mesmo ", disse um taxista que não quis se identificar e que diz nunca ter sido assaltado, mas admite que, por medo, até tem se recusado a pegar alguns passageiros na rua. "As vezes, eu procuro me desviar de certos locais e de certas pessoas suspeitas. Tem alguns que eu nem pego. Se ele dá com a mão e parece suspeito, eu passo. Mas com qualquer um a gente pode cair, né?", completa o motorista.

Outro taxista, com 22 anos de profissão, diz igualmente que nunca foi assaltado, mas teve um primo e colega assassinado há cerca de 11 anos em outra tentativa de assalto. Ele passou a trabalhar pelo dia e reclama da falta de bloqueios montados pela polícia durante a noite e sobretudo em bairros de difícil acesso. "Ultimamente tão parando os taxistas quando ele está sozinho, pedindo documentos. Isso não tem sentido, tem que parar é com o passageiro. E naquela Terra Dura tem que ter é mais polícia direto, porque está demais", protestou, ressaltando que "também tem pessoas de bem morando lá e que precisam ser atendidas".

Em entrevista recente, o presidente do sindicato da categoria, Manildo Costa de Azevedo, alertou que os condutores e clientes devem ficar sempre atentos para possíveis ameaças e, caso desconfiem de algum indivíduo, o 190 deve ser acionado imediatamente. "Estamos modernizando a frota já com alguns sistemas de segurança que devem colaborar para que o motorista possa trabalhar tranquilamente. O número de assaltos já estava passando dos limites e felizmente o Governo de Sergipe, através da Polícia Militar, entendeu a necessidade de uma parceria", declarou.

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