Trabalhadores da campanha de João Alves ainda não foram pagos
Publicado em 10 de março de 2015
Por Jornal Do Dia
Dois anos e meio após as eleições municipais de Aracaju, ex-funcionários temporários que foram convidados para trabalhar na campanha de João Alves Filho (DEM) voltaram a buscar a justiça do trabalho para cobrar o pagamento de possíveis pendências financeiras ainda não quitadas pelo grupo democrata. Segundo os trabalhadores que teriam sido contratados por Luiz Carlos dos Santos, conhecido como ‘Branca de Neve’, até o final de fevereiro cobranças têm sido feitas de forma constante, mas nem o atual prefeito, nem seus assessores se mostram interessados em discutir o calote eleitoral. Entre os aracajuanos que se dizem prejudicados com a falta de compromisso estão seguradores de bandeira, entregadores de panfletos e auxiliares gerais de carreatas e caminhadas.
Ontem os denunciantes voltaram a procurar a imprensa para chamar a atenção dos sergipanos para os cuidados que devem obter antes de acertar contratos dedicados a campanhas eleitorais do Partido Democratas, em especial, aquelas que são coordenadas por Branca de Neve, ex-diretor da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb). Paralelo aos direitos financeiros que deveriam ser repassados faltando 48h para o processo de votação em 7 de outubro de 2012, o grupo destacou ainda a falta de condições trabalhistas para exercer os serviços e pediram pressa nas investigações junto à justiça trabalhista. Sem um número exato, os trabalhadores alegam que a dívida coletiva pode passar dos 25 mil reais.
Contratada para auxiliar equipes de rua, a denunciante Cida Santos lamenta a falta de transparência por parte do então candidato, e hoje prefeito. Segundo ela, é preciso que o assunto em questão seja concluído em uma reunião de conciliação e que o desgaste relacionado a esse pleito seja cessado. "Antes tarde do que nunca. Se continuar assim já estou acreditando que vou morrer e não vou receber o que é de direito meu. Infelizmente acreditei nas propostas de João para prefeito, no pagamento do meu trabalho e acabei me arrependendo das duas coisas. Branca contratou a gente e não pagou. Ele, o prefeito e todos os outros sabem dessa falta de pagamento e não estão nem aí para a gente", lamentou.
Também se dizendo prejudicado com a falta de coesão financeira por parte do DEM, o jovem Cleiton Souza ressalta a tese de calote e se diz arrependido em não ter seguido orientações de amigos e familiares. Segundo o denunciante, Branca de Neve sempre foi taxado como escudo de João Alves nas campanhas, e principal responsável pelas finanças da campanha. "Me disseram que ele sempre foi o coordenador de João nas eleições, e que sempre deixava muitos sem receber. Achei ser inveja de alguns amigos e acabei aceitando o convite. Até hoje não recebi e estou arrependido", disse.
Contradições – Em entrevista ao Jornal do Dia, Luiz Carlos dos Santos garantiu que todas as denúncias não passam de um golpe eleitoral que estejam armando para ele. Aparentemente firme e convicto do que apresentava, Branca nomeou parlamentares e gestores conhecidos do DEM que não estariam aceitando a perda de espaço dentro do próprio partido. De forma paralela ao boicote interno, o denunciado afirmou ainda que a promessa não concretizada de Cargos em Comissão para alguns trabalhadores de rua pode ter contribuído para a formação destas denúncias.