Unidades de Saúde da PMA passam por vistoria

Milton Alves júnior
miltonalvesjr@jornaldodiase.com

Membros do Conselho Municipal de Saúde vistoriaram na manhã de ontem unidades de saúde de Aracaju. A operação integrada com o Ministério Público Estadual (MPE) teve início após os órgãos de fiscalização terem recebido denúncias de irregularidades estruturais, técnicas e profissionais que estariam contribuindo para a precarização do Sistema Único de Saúde (SUS). Durante cinco horas de investigação os conselheiros visitaram o Centro de Apoio Psicossocial Jael Patrício; as Unidades de Saúde da Família Renato Mazze Lucas e Carlos Hardman; além do Hospital da Zona Norte Nestor Piva que, em mais uma oportunidade, apresentou a ausência de colchões e medicamentos.

Ao perceber a presença dos fiscais, usuários do sistema público de saúde abordaram o grupo e apresentaram novas denúncias que também seguem sendo investigadas. Para o auxiliar de pedreiro Elielton Moraes dos Santos, a falta de médicos, enfermeiros e remédios é registrada com maior frequência nos dias de segunda e terça-feira. Com sintomas de gripe desde a última quinta-feira, 30, o paciente disse que esperava por atendimento desde as 6h30, e até às 10h ainda não havia previsão de ser consultado. "Não entendo como a prefeitura diz saber desse problema todo início de semana e não faz nada para melhorar a situação. Foi até bom essa visita aqui do conselho que a população vai ajudar a denunciar o desrespeito com o povo", disse.

Como forma de evitar possíveis repressões administrativas ou perseguições internas, durante a presença dos fiscais nenhum representante das unidades de saúde mostrou-se interessado em dialogar com a imprensa e detalhar a situação real de cada base. O contato verbal ocorreu exclusivamente com o seleto grupo de membros do Conselho de Saúde. Toda a ação foi acompanhada, também, por representantes da Prefeitura de Aracaju que prestam serviços diretamente para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Segundo a assessora de comunicação da SMS, Alexandra Brito, o órgão municipal recebeu o comunicado das vistorias e fez-se presente apenas para acompanhar os técnicos e atender a possíveis demandas que surgissem durante as análises. "Estivemos ao lado do conselho para dar apoio à visita nas quatro unidades administradas pela prefeitura. A comissão de especialistas recebeu toda a assistência necessária para entrar em todas as salas e demais departamentos das unidades. No que foi preciso estivemos dispostos para atendê-los", declarou.

Após um período de estudo dos dados coletados na manhã de ontem, o grupo vai desenvolver um dossiê do que foi identificado e encaminhar este documento para a Promotoria de Direitos à Saúde, do Ministério Público Estadual. Os fatos apresentados de forma espontânea por parte dos pacientes que esperavam por atendimento médico também devem ser incluídos nos laudos. Ainda não existe um prazo de quando o dossiê será encaminhado para o órgão estadual de fiscalização.
Reunião – Durante a tarde de ontem o Jornal do Dia buscou conversar com a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Roseane Patrícia de Lima, mas não obtivemos êxito. A gestora encontrava-se em reunião com outros membros do conselho a fim de analisar o resultado do trabalho de fiscalização. Até às 20h a encontro estratégico não havia terminado.