O pai do Axé Music(Divulgação)
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A praga do Axé!
Publicado em 07 de fevereiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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Luiz Caldas recebeu ontem a Medalha UBC, distinção criada pela União Brasileira de Compositores para reconhecer grandes nomes da música brasileira. A entrega da honraria aconteceu em Salvador, durante evento que celebra os 40 anos do axé music, gênero do qual Luiz é um dos principais precursores.
Reconhecido como o pai do axé music, Luiz Caldas marcou o início do gênero com o álbum Magia (1985), que incluiu o sucesso nacional “Fricote”, composta por ele em parceria com Paulinho Camafeu. A canção projetou Luiz Caldas em todo o Brasil e ajudou a consolidar a música afro-pop-baiana. Apesar de sua popularidade, o gênero enfrentou preconceitos, mas seu impacto na cultura brasileira é inegável.
Quem duvida, precisa ver de novo o documentário ‘Axé – Canto do povo de um lugar’, do publicitário Chico Kertész. Para ele, o gênero responsável pela sustentação de uma verdadeira indústria musical aqui do lado, em terras baianas, ainda pode dar muito caldo.
O nascimento da Axé Music é um marco na história da música popular brasileira. As características artísticas reunidas nesse movimento são distintas de qualquer outro momento da MPB. Com a ousadia peculiar de toda manifestação popular da Bahia, o AXÉ nasceu como música, mas se manifestou esteticamente na moda e na dança.
Foi movimento de exaltação, sensualidade, protesto, afirmação racial e história. Contaminou e deixou se contaminar pelo samba, frevo, ijexá, rock, pagode, pop, salsa e forró. E finalmente teve sua estreita e íntima relação com as massas como símbolo maior de sua originalidade.
Para mim, acostumado torcer o bico para os pracatuns da Bahia, o axé foi como uma praga lançada sobre a louvara sensível Serigy. Uma impressão que, aliás, só reconhece a sua força, ainda hoje.