A paralisação dos motoristas do grupo Progresso virou rotineira em Aracaju. (Foto: TVSergipe/Divulgação)
Após acordo por salário, parte dos rodoviários volta ao trabalho
Publicado em 03 de fevereiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Gabriel Damásio
Milton Alves Júnior
Terminou na tarde de ontem a paralisação dos motoristas, cobradores e técnicos de manutenção do Grupo Progresso, que paralisaram as atividades na última terça-feira, em protesto contra o atraso de dois meses de salários edos pagamentos de férias. O impasse começou a ser resolvido pela manhã, quando representantes da categoria se reuniram com diretores da empresa, incluindo o proprietário, Adierson Monteiro. Ao final, ficou decidido que 50% dos salários de dezembro devem ser pagos até hoje os outros 10% até o final desta semana.
O restante da dívida ainda não tem previsão para ser pago, pois, de acordo com a Progresso, a Justiça Federal bloqueou recursos da empresa para o pagamento de impostos atrasados, e que este pagamento dos salários deve ocorrer por intermédio da própria Justiça Federal, que deferiu um recurso para permitir o pagamento de salários. Mesmo com essa incerteza, os empregados se deram por satisfeitos com o acordo e começaram a retomar as atividades por volta das 15h de ontem. A volta ao funcionamento normal da frota deve acontecer gradativamente, até a manhã de hoje.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp), foi preciso solicitar reforço pelo segundo dia consecutivo junto às empresas que também operam o sistema de transporte coletivo na região metropolitana de Aracaju.Em nota, ela informou que o Grupo Progresso tem mantido a negociação com seus colaboradores para buscar a liberação da operação.
A entidade patronal atribuiu essa situação a uma consequência da realidade de desequilíbrio econômico vivido pelo setor de transporte, que durante esses últimos dois anos de pandemia acumulou débitos e aumento de custos, enfrentou uma dura queda de receita e continua não contando com nenhum aporte extra tarifário. “Isso tem colocado em risco a operação regular do serviço em Aracaju e na região metropolitana. O Setransp tem buscado apoio dos governos Municipal, Estadual e Federal no sentido de se obter subsídios para as gratuidades, isenção do ICMS do diesel e outras vias que podem contribuir com a redução do Impacto dos custos do transporte coletivo”, destacou.
Segundo contabilidade apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Aracaju (Sinttra), passa de 1.200 o número de profissionais que decidiram aderir ao movimento grevista. Na edição de ontem, o JORNAL DO DIA destacou que 39 itinerários foram impactados; os impasses atingem diretamente as cidades de Aracaju, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro. Entre às 6h da terça-feira (01), e às 14h desta quarta-feira (02), o movimento paredista deixou 125 ônibus estacionados, sendo a maioria em parte da Avenida Marechal Rondon, que liga a capital à cidade de São Cristóvão.