Tic-tac…(Divulgação)
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As doze badaladas da meia noite
Publicado em 01 de fevereiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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O fim jamais esteve tão próximo. Em pouco tempo, 89 segundos, não restará pedra sobre pedra.
No relógio do Juízo Final, as doze badaladas da meia noite anunciam a completa extinção da vida na Terra. O dispositivo foi criado pelo físico Albert Einstein, à frente do Boletim de Cientistas Atômicos, para anunciar a extinção da raça humana com um tic-tac de ficção científica – uma hipótese plausível desde a Segunda Guerra, quando o homem criou a bomba atômica.
Divulgado esta semana, o informe anual chama atenção não apenas para a possibilidade de uma hecatombe nuclear, a maior preocupação da Ciência nos anos de Guerra Fria. Mas também para o negacionismo científico, o aquecimento do globo terrestre, o avanço da Inteligência Artificial.
Há razão de sobra para alarme. Mas eu, de minha parte, com dois filhos para criar, me recuso a contar segundos. De todo o tempo esbanjado em passado recente, quando os meus dias se sucediam entre discos e livros, brindes embriagados, muita conversa jogada fora, sobrou-me apenas o indispensável para viver um conto de fraldas. O pouco tempo que me resta, ainda mais se for mesmo assim escasso, não pertence a mim.
Em um verso simplista, prenhe de subjetividade, Erasmo Carlos se espanta com a insistência devotada à vida, à margem de qualquer reflexão: “sabíamos da bomba, mesmo assim fizemos filhos”, ele canta, agarrado a um fiapo de esperança. Como a duvidar do fim.