Ataque hacker afeta site da Saúde

O site do Ministério da Saúde e o portal ConectSUS  estão fora do ar devido a um ataque de ransomware, crime virtual no qual hackers roubam ou bloqueiam dados de uma página e cobram resgate para liberá-los. A conseqüência imediata é a completa abertura das fronteiras nacionais – para turistas e também para o vírus da covid-19, em suas diversas variantes.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse ontem (10) que o governo decidiu adiar em uma semana a entrada em vigor da portaria que exige a apresentação de comprovante de vacinação aos viajantes que queiram entrar no Brasil por via aérea ou a quarentena de cinco dias para quem não estiver imunizado contra a covid-19. As medidas que entrariam em vigor hoje só passam a valer próximo sábado (18).

O negacionismo do presidente Jair Bolsonaro já custou milhares de vidas, empregos e CNPJ’s. A sua relutância em adotar um controle mais rigoroso das fronteiras nacionais, por exemplo, serve apenas a uma retórica simplista, segundo a qual a exigência de vacinação atenta contra a liberdade de ir e vir. O passaporte da vacina, no entanto, é uma medida civilizadora, adotado em diversos países, uma condição incontornável à retomada da atividade econômica.

Até prova em sentido contrário, ninguém pode acusar Bolsonaro de ter responsabilidade sobre o ataque hacker. Não deixa de ser curioso observar, no entanto, como o atentado está sintonizado com os seus protestos de “liberdade”. O presidente não cansa de promover a desinformação e faz confusão deliberada entre conceitos tão diversos como os direitos individuais e as barreiras levantadas pelo poder público contra a propagação do vírus. Suas palavras, no entanto, não flutuam no éter. Apesar de absurdas, elas saem da boca do presidente.