O acidente provocou a morte de três pessoas, sendo uma criança
POLICIAL OBSERVA DESTROÇOS DOS VEÍCULOS DESTRUÍDOS PELO FOGO. ACIDENTE OCORREU QUANDO RODOVIA FOI LIBERADA
Publicado em 12 de março de 2015
Por Jornal Do Dia
O acidente provocou a morte de três pessoas, sendo uma criança
POLICIAL OBSERVA DESTROÇOS DOS VEÍCULOS DESTRUÍDOS PELO FOGO. ACIDENTE OCORREU QUANDO RODOVIA FOI LIBERADA
Gabriel Damásio
Um novo acidente grave causou mortes nas estradas sergipanas. Por volta das 9h45 de ontem, um caminhão bi-trem carregado de adubo explodiu e pegou fogo depois de bater em pelo oito veículos e uma carreta. O acidente aconteceu no quilômetro 111 da BR-101, junto à ponte da fábrica de bebidas Indaiá, em Itaporanga D’Ajuda (Litoral Sul). Três pessoas, sendo um casal e uma criança, ficaram presas às ferragens de um dos carros e morreram carbonizadas. Outras nove foram socorridas com ferimentos leves.
Tudo aconteceu durante o final de um protesto promovido por cerca de 400 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que bloquearam o trecho da rodovia durante cerca de três horas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o condutor do caminhão desceu um trecho de ladeira, perdeu o controle e acabou batendo na fila de carros que aguardava a liberação da pista. "Esse motorista vinha subindo o aclive e, quando chegou ao ponto máximo para descer, ele identificou os carros parados, não conseguiu parar e saiu arrastando os veículos. No momento, a pista não tinha sido liberada, mas estava iniciando a abertura", disse o inspetor Anderson Sales, porta-voz da PRF em Sergipe.
O bi-trem, que tinha duas carretas acopladas ao caminhão, levava uma carga de adubo, explodiu logo após a batida e o fogo se alastrou rapidamente, destruindo o caminhão e oito dos veículos atingidos. O tenente-coronel Gilvan Paixão, diretor operacional do Corpo de Bombeiros, disse que uma perícia ainda será feita para descobrir o que fez explodir a carga do caminhão. "Ainda não podemos apontar uma causa do incêndio. A carreta que atingiu os outros automóveis estava transportando um material de borra de petróleo que não é inflamável, portanto não provocou o sinistro", explicou Paixão, ao apontar três suspeitas de causar o incêndio: o forte impacto, um estouro de pneus ou o fato do primeiro veículo atingido ter um kit de GNV (gás natural veicular).
De acordo com Anderson, a maioria dos ocupantes dos carros, além do motorista do caminhão, conseguiu sair antes que os veículos fossem atingidos pelo fogo. "Como a maioria se encontrava com o cinto de segurança e conseguiu sair, eles tiveram apenas dores musculares, escoriações causadas por estilhaços, etc. Já os ocupantes que morreram ficaram presos nas ferragens e não conseguiram sair a tempo", explica o inspetor. Os corpos das vítimas carbonizadas foram retirados dos destroços de um Fiat Siena. Encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de Aracaju no início da tarde, eles só poderão ser identificados por exames de DNA, conforme informado pelos funcionários do órgão a algumas pessoas que lá compareceram, em busca de notícias.
A pista voltou a ficar fechada pelos destroços do caminhão e dos carros, além do fogo que se espalhou e de uma grande coluna de fumaça que podia ser vista a vários quilômetros de distância. Cinco viaturas e 20 soldados dos Bombeiros foram enviadas ao trecho bloqueado, onde fizeram o trabalho de combate ao incêndio e resgate das vítimas. O fogo foi controlado depois de cerca de meia hora.
Já o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) enviou seis ambulâncias, sendo duas de suporte avançado e três de suporte básico. "Dentro das nossas ambulâncias, efetuamos o atendimento de nove pessoas com ferimentos leves. Algumas foram aconselhadas a serem transportadas para uma unidade hospitalar, mas se negaram e após assinarem um tempo foram liberadas", explicou a coordenadora médica do órgão, Maria Roberta Barreto.
A interdição da pista para a limpeza dos veículos só terminou por volta das 15h, quando a pista foi liberada aos poucos. Estima-se que o congestionamento tenha se estendido por mais de cinco quilômetros de congestionamento. Os veículos foram obrigados a se desviar por rotas alternativas dentro da cidade de Itaporanga. Este foi o segundo acidente grave registrado nas estradas sergipanas em uma semana.