DESTA VEZ AS CHAMAS DESTRUIRAM PRODUTOS QUE ESTAVAM ARMAZENADOS EM UM DEPÓSITO DE LOJA , NA RUA GERU
Centro de Aracaju registra o 24º incêndio este ano
Publicado em 11 de dezembro de 2014
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br
O centro comercial de Aracaju continua sem segurança contra incêndios e demais sinistros que possam prejudicar os consumidores e lojistas. Por volta das 20h da última terça-feira, 09, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe (CBM/SE) recebeu o 24º registro de ocorrência identificado apenas este ano na maior região comercial do estado. Desta vez as chamas começaram a ruir paredes e destruir produtos que estavam acumulados em um depósito de roupas onde funcionava a loja Espaço Modas, localizada na Rua Geru. Ao se aproximarem do local indicado, as equipes dos Bombeiros puderam ter noção do sinistro e necessitaram ampliar o efetivo militar. 15 profissionais atuaram na ocorrência e foram utilizados mais de 10 mil litros de água.
Segundo o coordenador da operação, major Hector, durante cerca de uma hora foram mobilizadas três viaturas, sendo auto-bomba tanque, auto-resgate e a plataforma, além dos homens do CBM e os proprietários do estabelecimento que contribuíram com informações sobre o espaço em chamas. Em uma breve análise pericial, os especialistas acreditam que problemas no sistema elétrico possam ter contribuído para pequenos curtos-circuitos que geraram o prejuízo orçado em mais de 15 mil reais. Além das roupas queimadas, manequins, móveis e as paredes ficaram parcialmente destruídos. Há mais de um ano a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e o Corpo de Bombeiros iniciaram um trabalho de fiscalização para mudanças estruturais nas lojas, mas poucos empresários atenderam às orientações dos técnicos.
De acordo com Hector, é preciso que os lojistas, gerentes e donos desses pontos de comércio se conscientizem quanto à necessidade de atender às normas de segurança e evitar prejuízos incalculáveis. "Se houvesse uma demora de mais dez minutos na ligação para o Ciosp, possivelmente toda a loja teria sido afetada pelo fogo. O tipo de produto concentrado ali é muito propício para ampliar as chamas, infelizmente deu para perceber que a loja não estava dentro dos padrões de qualidade no quesito segurança", disse. Para evitar esse tipo de situação, o major enaltece a necessidade de aquisição de extintores específicos para cada tipo de produto predominante, sensores de fumaça, emissores de água, saídas de emergência e sirenes que indiquem incêndio.
O alto número de incêndios na área do centro de Aracaju indica a falta de cuidados por parte dos empresários. "São 24 casos de chamas em lojas só esse ano e mesmo assim muitos acham que não vão passar por esse tipo de situação. A prevenção é essencial para que prejuízos dessa amplitude não sejam registrados em nenhuma época do ano. Nossa equipe atuou com agilidade logo após o primeiro contato e felizmente conseguimos controlar o fogo antes mesmo que ele destruísse todo o estabelecimento", concluiu o major Hector. Minutos após cessar o fogo, os Bombeiros realizaram uma série de vistorias nos estabelecimentos vizinhos e contestou que não houve nenhum tipo de impacto causado pelo incêndio.
Causas – Acompanhando toda a operação, o dono da loja, que preferiu não ser identificado, disse que, de fato, o estabelecimento errou ao não adotar as medidas de segurança e que o estabelecimento não possui nenhum tipo de seguro contra sinistros. Na manhã de ontem foi dado entrada no CBM um pedido de vistoria no local para saber as reais causas do acidente. "Não tenho seguro e não sei se o problema na fiação foi realmente o que causou a destruição, agora é esperar o resultado da perícia. Infelizmente isso ocorreu no momento que a loja começava a ter maior movimento de clientes", afirmou.
Por se tratar do período de grande movimento no setor comercial, o mês de dezembro é também motivo de preocupação por parte dos órgãos policiais. Para os consumidores, além do trabalho de fiscalização dos agentes da Polícia Militar e Guarda municipal, é preciso que punições sejam adotadas contra as lojas que não seguem os itens de segurança. Para o carteiro Marcel Costa, se continuar nesse avassalador registro de incêndios, pessoas serão vitimadas no futuro. "Fala-se tanto de polícia na rua, mas ninguém se preocupa com a segurança dentro das lojas. Ninguém sabe como está a resistência das paredes, dos caixas de energia e dos telhados. No dia que houver uma tragédia, aí sim vão querer ampliar as vistorias", lamentou. O resultado da perícia deve ser apresentado em um período máximo de 45 dias úteis.