Nos dias de distribuição das cestas básicas, os sertanejos fazem grandes filas, como em Poço Redondo
Chuva continua no sertão mas não muda quadro
Publicado em 11 de agosto de 2012
Por Jornal Do Dia
Cândida Oliveira
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A chuva continua em todo o sertão, agreste e litoral sergipano. Mas não é suficiente para acabar com as necessidades do agricultor.
Para a presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe (Fetase), Maria Lúcia Moura, a chuva que chegou ao sertão e ao agreste ajuda na vida dos sertanejos que manejam a agricultura familiar, mas o que foi plantado nos meses de abril e maio foi perdido. "Como muita coisa foi plantada entre os meses de abril e maio quando a chuva não chegou, quase tudo se perdeu. O agricultor vem sofrendo muito", diz.
Lúcia diz ainda que, mesmo a continuidade da chuva até setembro, como prevê o Centro de Meteorologia de Sergipe, o sol chegará com força e não adianta mais o agricultor plantar algo agora. "A chuva só ajudará a matar temporariamente a sede do gado e a reservar água nos tanques". Lúcia acredita que o Governo do Estado deve manter a distribuição de água e de cestas básicas. "Essa continuará sendo a principal ajuda do sertanejo", destaca ela.
Previsão – De acordo com dados do Centro de Meteorologia de Sergipe, a chuva de julho esteve próximo à média do que era esperado para o período e, em agosto, ela deve continuar. "Nos próximos 30 dias essa chuva permanecerá", conta o meteorologista Overland Amaral.
Segundo ele, em julho, no sertão sergipano choveu aproximadamente 90 milímetros, quando o normal seria 110 milímetros. No agreste choveu 100 mm, quando a média é 120 e no litoral, o que mais recebeu chuva, 150mm , sendo que o esperado era 200mm.
"A chuva que tem atingido o Estado tem mantido a agricultura de sequeiro, ou seja, as plantações de milho, feijão, entre outros. O que a gente observa é que as culturas tecnificadas, que utilizam semente precoce, adubação e outros artifícios estão em pleno desenvolvimento e essas chuvas vão ajudar a fechar o ciclo com a colheita plena. O agricultor que ainda não se modernizou é quem mais sofre", observa Amaral.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social, disse que para agosto já está programada a entrega da nova remessa de cestas básicas.