Quinta, 06 De Fevereiro De 2025
       
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Crime na UFS: matador segue hoje para presídio


Publicado em 21 de agosto de 2013
Por Jornal Do Dia


Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

O gaúcho Cleiton de Souza Ramos, 33 anos, preso depois de matar a ajudante de cozinha Danielle Bispo Santos, 27 anos, dentro do Restaurante Universitário (Resun) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Rosa Elze, em São Cristóvão (Grande Aracaju), será transferido hoje para um presídio não revelado, onde ficará à disposição da Justiça.

Detido desde a tarde de anteontem, o acusado está isolado dos outros presos em uma cela na carceragem da 5ª Delegacia Metropolitana (5ª DM), no Cj. João Alves, em Nossa Senhora do Socorro (Grande Aracaju). Ontem, surgiu a informação de que Cleiton teria sido agredido pelos companheiros de cela, que demonstravam revolta pelo crime cometido por ele, e internado no Hospital Universitário (HU) com ferimentos.

Esta informação foi negada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), cuja assessoria informou que o preso ficou isolado todo o tempo e só saiu da 5ª DM na manhã de ontem, quando fez exames de corpo delito no Instituto Médico-Legal (IML). Cleiton ainda tem ferimentos a faca causados pela tentativa de suicídio que cometeu ainda na cozinha do Resun. O isolamento, segundo a SSP, acontece por questão de segurança. Além do corpo delito, foi feito um exame clínico para detectar se o rapaz estava ou não sob efeito de drogas quando esfaqueou a ajudante de cozinha, pois, conforme relatos, ele estava "totalmente transtornado" ao ser preso.

As investigações do crime, a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), estão bem adiantadas. Até ontem, policiais da unidade ouviram mais de 10 depoimentos de testemunhas e de pessoas ligadas à família de Danielle, além do próprio preso. Segundo a delegada Rosana Freitas, responsável pelo caso, todos confirmaram que Danielle era ameaçada pelo acusado, inclusive por mensagens de telefone celular, e que o motivo do crime foi o fim do relacionamento, há três meses. "Todos foram uníssonos em afirmar que já existia um histórico de violência doméstica contra a vítima. Pesquisamos também os registros de boletim de ocorrência e encontramos uma queixa prestada em 13 de agosto, relatando ameaças que vinha sofrendo do ex-companheiro", afirmou ela.

Rosana negou ter havido falha de procedimento quanto à queixa, prestada no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) em Nossa Senhora do Socorro. "A praxe nesse caso é de que, a partir do registro do boletim de ocorrência, seja solicitada as medidas protetivas e agendada a audiência para a oitiva das vítimas e das testemunhas, além da adoção das medidas", disse a delegada, revelando, mais tarde, que a audiência do caso estava marcada para ontem e que Cleiton não tinha sido localizado pela polícia até o momento do crime.

Um dos irmãos de Danielle já confirmava esse detalhe minutos após o crime, ao dizer a jornalistas que ela ainda procurava duas testemunhas a acompanhassem ao DAGV para depor a seu favor. A avaliação da polícia é de que não houve tempo para que todas as providências legais fossem encaminhadas. Ainda de acordo com o departamento, os policiais propuseram que a vítima fosse para uma casa-abrigo com localização desconhecida, mas ela recusou a oferta, por medo de ter que faltar ao emprego na UFS. O corpo da jovem foi sepultado ontem de manhã.

A delegada confirmou ainda que Cleiton, pai de dois filhos e que ficou um tempo radicado na Bahia, estava na liberdade condicional e cumpriu pena de oito meses em um presídio, após ser preso por uma tentativa de assalto contra uma casa lotérica no centro de Maruim, em julho de 2012. No entanto, ele alegou ter cometido outro assassinato no interior da Bahia, o que ainda está sendo apurado pela polícia sergipana.

Premeditou – Os trabalhos do DHPP também permitiram esclarecer dúvidas quanto à dinâmica de como aconteceu o assassinato. De acordo com Rosana Freitas, o autor do crime conseguiu entrar na cozinha do Resun por uma porta dos fundos do prédio – e não pela frente, como chegou a ser dito. Depois de entrar com facilidade, em meio aos estudantes, Cleiton chegou a rondar o restaurante e aproveitou que a porta estava aberta para procurar Danielle.

Ela, por sua vez, chegou a ver seu ex-companheiro no local de trabalho e até ligou para o celular de sua mãe pedindo ajuda, mas não houve tempo para que outros fossem avisados. No entanto, assim que o crime aconteceu, Ramos foi agredido e dominado por seguranças da UFS e pedreiros que trabalhavam nas obras de reforma do Resun e de outros prédios vizinhos do campus.

A delegada confirmou ainda que o assassino já estava armado com uma faca e com uma tesoura, indicando que ele premeditou a morte da vítima. "Pelo que nos foi relatado, ele comercializava facas e, já foi realmente para a universidade com uma faca e com uma tesoura, mas apenas a faca foi usada no crime e essa faca já estava com ele", confirmou Rosana. Os dois objetos estão apreendidos e já passaram por perícia.

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