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CULTURA E EDUCAÇÃO: UM CONVITE PARA SENTIR, PENSAR E AGIR COM O PAPA FRANCISCO


Publicado em 28 de maio de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

Em artigo publicado na revista eletrônica PESQUISEDUCA, Dom Angelo Vincenzo Zani, à luz dos desdobramentos do Vaticano II, recorda algo temporal e atualíssimo: “(…) a Igreja está chamada a renovar com entusiasmo e convicção a sua paixão pela educação através de todas as suas instituições educativas, tanto formais como informais” (2020, p. 249).Segundo este mesmo autor, entre os pilares do pensamento educativo do Papa Francisco está a necessidade de promover a razão. E promoção aqui entendida não como apenas divulgação, propagação, mas de ser promovida a outro patamar. Elevada a outro padrão. Para tanto, nele residem as máximas orientadoras de “pensar abertamente” e “saber pensar” como condições fundamentais, que atravessem a cultura humana, num diálogo sensível com o transcende, religando o vínculo entre Deus e a humanidade, a partir de uma fórmula conhecida na História da Igreja, mas ainda premente em nosso tempo: o diálogo entre a razão e a fé.
Em opúsculo organizado por Sandra Martha Dolinsky, no que se refere à temática, Francisco assim se expressou: “O homem que tem a ordem de dominar o mundo e fazê-lo progredir dá lugar à ciência e tem sede de transcendência impressionante; ele a tem selada em seu coração, tem a marca Deus em seu coração” (2013, p. 17). Na Carta Encíclica Lumen Fidei (2013), o papa Francisco dedica um item inteiro sobre “O diálogo entre fé e razão” (32 a 45, pp. 41-45), onde destaco o trecho a seguir: “(…) o olhar da ciência tira benefício da fé: esta convida o cientista a permanecer aberto à realidade, em toda a sua riqueza inesgotável. A fé desperta o sentido crítico, enquanto impede a pesquisa se de deter, satisfeita, nas suas fórmulas e ajuda-a a compreender que a natureza sempre a ultrapassa” (p. 45).

Desde o início de seu pontificado, que Santo Padre dá pistas de como assuntos tabus deveriam ser tratados: abertamente e com misericórdia. E nesse sentido, a meu ver, colocava em cena no seio da Igreja algo muito importante: uma pedagogia do sentimento. É fato que o termo já existe nas Ciências Humanas, mas, com o Santo Padre, ele adquire tons ainda mais humanistas. Cristãos!
Em Audiência, em março de 2015, ele condenou a “cultura do lucro” e a “cultura do descarte”. A primeira, para se referir aos preços exorbitantes com medicação e o segundo para criticar o abandono dos idosos, a quem, em outro momento, no mesmo ano, define como sendo “a memória e a sabedoria dos povos” e que a “velhice é uma vocação”. E nesse particular, o papa disse que “a falta de memória histórica é um grave defeito da nossa sociedade”. É necessário pois, inclusive na e partir da Igreja, das comunidades, paróquias e dioceses, “dar dignidade à memória”. Em outra situação, em Entrevista para a La Estampa, outubro de 2014, disse que “(…) a ligação com o passado é uma fonte de sabedoria para o presente”
Coragem e entusiasmo, pede-nos o Papa Francisco. Buscar o bem exige de nós uma inserção direta e comprometida com a sociedade e com as demandas sociais. Entender que as dificuldades existem como uma “oportunidade para vencer”. Por isso mesmo, a instrução e o trabalho evitam que jovens sejam recrutados, por exemplo, pelo tráfico: “(…) se um jovem não tem possibilidade de receber uma educação, mesmo uma instrução simples, aprender a realizar pequenas tarefas, o que pode fazer? Está aí o perigo”, adverte o Santo Padre em Discurso do dia 27 de novembro de 2015.
Mais recentemente, sobre o pensamento educacional do Papa Francisco, na Carta Encíclica Fratelli Tuti (2020), o papa Francisco retoma, amadurece e acrescenta novas considerações sobre essa relação entre cultura e educação que conduz o ser humano à recuperar a sua dignidade como ser inteligente, mas sobretudo criatura, filho de Deus. Do fim da consciência histórica a uma discussão profunda sobre uma nova cultura, chamo a atenção, mais uma vez para a cultura do encontro, onde, de forma assertiva o Santo Padre exorta: “O que contra é gerar processos de encontro, processos que possam construir um povo capaz de colecionar diferenças. Armemos nossos filhos com as armas do diálogo! Vamos ensinar-lhes o bom combate do encontro! (217. p. 113).

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