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Denarc apreende 103 quilos de maconha


Publicado em 01 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia


A POLÍCIA CHEGOU À DROGA ATRAVÉS DE DENÚNCIA ANÔNIMA

Drogas e céDulas paraguaias apreendidas com o traficante

Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

O Departamento de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc) apreendeu na noite de anteontem uma carga com 103 quilos de maconha prensada, durante um bloqueio realizado na BR-101, em Cristinápolis (Sul), com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A droga estava sendo trazida pelo empresário Nélio Mário Andrade Santana, 36 anos, proprietário de uma locadora de veículos que funcionava no antigo Hotel Parque dos Coqueiros. O acusado foi preso em flagrante e admitiu que estava trazendo a maconha de Ponta Porã (MS) para ser distribuída a traficantes de Aracaju. A chegada da droga foi informada à através de uma ligação anônima para o Disque-Denúncia (181).

A maconha estava em tabletes de cerca de dois quilos cada e escondida no teto, no interior do banco do traseiro, embaixo do carpete e dentro das portas do Fiat Uno de placa IAN-3882/SE. De acordo com o delegado Marcelo Cardoso, do Denarc, a Divisão de Inteligência Policial (Dipol) apurou a informação do Disque-Denúncia sobre a chegada da carga de drogas e repassou todos os dados para o Denarc. "O informe dizia que Nélio estava vindo do Mato Grosso do Sul com uma grande quantidade de drogas. Montamos uma barreira na cidade de Cristinápolis, no posto da PRF, por volta das 20h. Quando visualizamos o Fiat Uno, realizamos a abordagem e logo encontramos maconha escondida no banco traseiro do carro", explicou Cardoso.

O veículo foi transportado para o Denarc, onde os agentes tiveram que desmontar algumas partes do carro para retirar a droga. Com ele, também foram apreendidas cédulas de Guarani, a moeda oficial do Paraguai, as quais somam ? 14 mil (equivalente a R$ 6,39). Estas notas, segundo Cardoso, podem indicar que a maconha tenha origem paraguaia e entrado no Brasil pelo Mato Grosso do Sul, em uma conhecida rota usada por traficantes de drogas.

Os 103 quilos da carga estão avaliados em até R$ 150 mil e estima-se que cada quilo seria comercializado ao preço entre R$ 1 mil a R$ 1,5 mil, tendo em vista que exames preliminares revelaram que a maconha apreendida apresenta alto teor de tetrahidrocanabinol (THC), o que torna o produto bastante valorizado no comércio ilícito. "Este seria o preço inicial, mas sempre que eles repassam o produto o preço é inflacionado, por isso acreditamos que o valor final chegue a R$ 400 mil", disse Cardoso.

"Mula" – Ao admitir o crime em depoimento a polícia, Nélio explicou que tinha um antigo cliente que sempre locava veículos em seu estabelecimento e foi ele quem ofereceu R$ 8 mil para ele ir em Ponta Porã buscar uma encomenda. Nélio contou que aceitou o trabalho, conhecido no meio policial como "mula", porque enfrentava dificuldades financeiras. "Dois mil reais foram pagos de imediato como ajuda de custo e o restante somente quando produto chegasse em Aracaju", acrescenta Marcelo Cardoso.

Nélio disse ao delegado que em Mato Grosso do Sul emprestou o carro a uma pessoa que ele não conhece e que o homem sumiu por dois dias só devolvendo o veículo para ele retornar ao Estado. "Esta investigação só esta começando, já temos o nome quem mandou Nélio buscar a droga e vamos iniciar um trabalho para descobrir que são os compradores, para quem e como seria distribuída esta maconha na capital sergipana", disse o delegado do Denarc. Nélio está preso na Delegacia Plantonista (Denarc) e pode responder na Justiça Federal pelo crime de tráfico internacional de entorpecentes.

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