Sede do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri).
Dois funcionários da Energisa são indiciados por fraude de R$ 300 mil
Publicado em 17 de outubro de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Milton Alves Júnior
No início da tarde desta segunda-feira (16), a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE), informou que dois homens, apresentados como técnicos da Empresa Energisa, foram indiciados por estelionato após falsificarem laudos que provocaram um prejuízo de cerca de R$ 300 mil para a empresa responsável por operacionalizar o serviço de energia em mais de 80% do território sergipano. A identificação do dano financeiro se tornou possível depois que peritos da Superintendência da Polícia Civil, ligados ao Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), identificou a série de fraudes contra a concessionária de energia elétrica de Sergipe. Os estudos mostram que a ação criminosa atingiu, em especial, a região metropolitana de Aracaju.
Composto pelas cidades de São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, além da própria capital, a região pode ter se tornado alvo das fraudes a partir do mês de abril deste ano. Conforme destacado pela delegada Suirá Paim, ao menos foi a partir deste momento em que a Energisa teria desconfiado do dano e decidiu acionar o setor de inteligência da Polícia Civil para colaborar com as análises. Ainda segundo a delegada responsável por coordenar estes estudos, no ano passado chamou a atenção da direção regional da empresa o aumento exponencial dos pedidos de ressarcimento de danos em equipamentos ocasionados por intercorrências na distribuição de energia elétrica no estado de Sergipe.
“No decorrer das análises, foi verificado também que todos esses laudos foram emitidos pela mesma empresa e sempre eram assinados pelos mesmo técnicos. Há clientes que relataram o susto com o valor que foi depositado em sua conta. Um cliente teve R$ 25 mil depositados em sua conta. Ao questionar sobre o valor, a empresa de laudos solicitou R$ 19 mil, ficando com R$ 4 mil que era o valor real do equipamento”, explicou a delegada sobre o processo de recebimento destas indenizações, e o pedido de ressarcimento por parte dos técnicos. Neste primeiro momento, a Polícia Civil descarta a existência de qualquer indício de participação dos contribuintes na organização criminosa. Este trabalho desenvolvido pela SSP/SE também recebe o apoio da delegada Lauana Guedes.
Prisão – No que se refere ao andamento das investigações, bem como o planejamento traçado para abordar e prender os suspeitos, a delegada revelou que comprovações foram acumuladas ao longo dos últimos cinco meses. Lauana Guedes, de igual modo à Suirá Paim, destacou que os clientes não participaram das tramitações fraudulentas. “Os dois técnicos foram identificados e foram indiciados pela prática de estelionato, cujo inquérito policial já foi finalizado e remetido à Justiça. Os técnicos agravaram o problema que era de mero reparo e diziam que ali existia perda total. Os clientes figuravam como testemunhas, pois não houve comprovação de que eles tinham conhecimento da emissão desse laudo”, informou.