Quinta, 22 De Maio De 2025
       
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DUPLO EXÍLIO DE UM ARTISTA BRASILEIRO


Publicado em 06 de novembro de 2017
Por Jornal Do Dia


Pelas ruas de Londres, a capital inglesa, andava um brasileiro com figurino despojado, vestes, cabeleira e cabeça de hippie, visual já um tanto fora de moda naqueles tempos frenéticos em que os movimentos da contracultura se processavam com rapidez, e as tendências se sucediam como modismos efêmeros. O brasileiro extasiava-se com tudo aquilo à sua volta. A descontração da juventude ciosa do espaço de liberdade que ocupava; policiais educados e solícitos, um mundo de direitos civis preservados, e instituições sólidas. Tudo aquilo uma novidade para o jovem que se tornara exilado.  No seu país de origem todas as conquistas civilizatórias haviam desaparecido, e tanto sumiram, que a arte, a cultura, acabaram sendo tratadas como elementos de subversão da ordem.  Pensar e criar tornaram-se ousadias extremamente arriscadas.

O jovem sem rumo certo nas ruas da cidade que deixara de ser a capital do mundo, sede do antigo Império sobre o qual diziam, o ¨sol nunca se põe¨, andava aqui e ali buscando testemunhos da civilização milenar, nos seus monumentos, museus, teatros, bibliotecas, e até olhava o céu sempre gris  à cata de discos voadores.

Era Caetano Veloso exilado no auge da sua explosão criativa.  Percorria veredas da Tropicália,  despertando temores no comodismo conservador, quando apenas, fazendo-se porta-voz melodioso do sentimento de futurismo e brasilidade, revivia a Semana de Arte de 1922 que tirou do limbo  uma História mal contada.

Mas isso se chamava subversão, e artistas eram colocados na mesma vala comum dos vagabundos e marginalizados. Fazia uns trinta anos que as atrizes haviam conseguido do presidente Getúlio Vargas a alteração dos fichários policiais, onde a profissão que exerciam era equivalente ao ofício tão malsinado quanto requisitado das prostitutas.

 O preconceito contra a arte atravessa o tempo, e ressurge, quando a desgraça do radicalismo político chega a extremos, espalhando intolerância e irracionalidade.

O general presidente Costa e Silva acompanhando as longas listas de punição após o Ato Institucional nº 5, perguntou: Por que ainda não incluíram o nome daquele vagabundo do Itamaraty, que  vive tocando violão e não trabalha?

O ¨vagabundo¨ era Vinícius de Morais,  logo  demitido do seu cargo de diplomata de carreira, e colocado na lista dos indesejáveis  .

Um Secretario de Segurança Pública, o general Graciliano, depois de mandar proibir um  espetáculo teatral encenado no Cine-Teatro Rio Branco,  explicou,  escandindo  lentamente cada silaba das palavras: ¨Em Sergipe quem entende de teatro é a polícia. Sabemos o que presta e o que não presta¨. Quem o ouviu jamais iria esquecer daquele momento,  quando a empáfia da certeza era   transmitida  desde a Cátedra doutoral da verdade.

O jovem deslumbrado que passeava pelas margens do Tâmisa, pisava nos gramados do Hyde Park ,era Caetano Veloso. Conseguiu vencer aquela angústia, o ¨spleen¨ dos dias cinzentos ingleses, temperou a alma com o que lhe restara  dos cultos à embriaguez de todos os sóis tropicais em luminosos dezembros, e criou e cantou London London, sublime homenagem e exaltação à cidade que o acolhia, e que poderia ser transformado em hino, como o Rio de Janeiro fez com a musica Cidade Maravilhosa. Mas quem teve os Beatles, esnoba música dos outros.

 O segundo exílio de Caetano ocorre agora. E da pior foram imaginável: foi proibido de cantar  na sua própria terra, e para uma plateia que ele escolhera. O fascismozinho seboso que se instala nas nossas instituições, imagina que poderá dominar tudo de dentro dos seus gabinetes,  levando ao nariz lenços de cambraia perfumados, proteção indispensável contra o cheiro de povo. Nisso, os nossos fascistazinhos , aristocráticos e boçais diferem daqueles  que os inspiram, se é que conhecem alguma coisa da História. Mussolini, criador do fascismo, no caso o de direita, enchia teatros com povo, gente de todas as categorias sociais, promovendo eventos de Ópera com a participação dos maiores barítonos e tenores, inclusive o Grande Caruzo . Stalin, comunista, expressão maior do fascismo de esquerda, abria as portas do Bolshoi, para espetáculos de ballet, que operários assistiam vestindo macacões sujos de graxa.

Por aqui, o fascismozinho mais medíocre do que o original, entende que tudo o que é popular deve ser ignorado, ou reprimido. Assim pensando, juntaram-se Ministério Publico e Justiça paulistas na proibição a um show que Caetano iria fazer para integrantes de um movimento popular. Jogados no abandono das ruas pedem o direito à moradia. Acionada pelo MP, entendeu a Justiça que a ida de Caetano ao acampamento dos Sem Teto, colocaria em perigo aquela comunidade, por falta de uma estrutura adequada para o evento.

Parece hipocrisia, mas, não somente isso, também desfaçatez e cinismo.

Preocupados com a ¨segurança¨ dos miseráveis sobre os quais mandam a PM jogar bombas,  quando ocupam terrenos ou prédios esquecidos pelos seus donos?  Ignorariam o que diz a Constituição brasileira sobre a função social da propriedade?

SOS CANINDÉ DO SÃO FRANCISCO

 

 Cidade artificial criada às pressas sobre colinas, a Nova Canindé era a comprovação sólida da esperança criada com o inicio da construção da portentosa hidrelétrica de Xingó. O que parecia um devaneio anunciado na Câmara por um parlamentar sergipano, Passos Porto, dez   anos antes, se fazia realidade no gigantismo das obras. No local do povoado antigo sobre barrancas do São Francisco, e sem cuidados com a História tão radicalmente posto abaixo, surgiam os enormes prédios que alojariam milhares de trabalhadores, enquanto  quatro quilômetros além do rio a nova cidade serpenteava pelas elevações. A ousadia precursora de João Alves fazia surgir, logo junto, o perímetro Irrigado Califórnia.  O dinheiro começou a correr, em Canindé, o polo principal, em Piranhas, na margem alagoana, que também ganhara uma Nova Piranhas, onde viviam os técnicos, os engenheiros. Numa elevação em Canindé de onde se descortinava o cenário do rio e da usina em construção, a agora extinta EMSETUR, fazia, no governo Valadares, uma bem sucedida e pioneira parceria público –privada, inicialmente com o empresário alagoano Antônio Omena, depois, com o jornalista e publicitário Nazário Pimentel, um criador de jornais, e surgia o Xingó Parque Hotel, suporte inicial para o turismo, que logo depois se transformaria num fluxo em grande escala, gerado pelo pioneirismo de um empresário jovem, Manoel Foguete, que acreditou no que  tantos duvidavam e investiu na criação de uma  flotilha de catamarãs e escunas, fazendo o trajeto do restaurante flutuante, o Carrancas, criado pelo engenheiro da CHESF e empresário Wilson Brasil, até o canion do Talhado. Em Piranhas chegava a modernidade e o empreendedorismo, resultado de um planejamento seguro e cuidadoso do prefeito Inácio de Loiola, com o apoio do irmão então deputado, Washington Luiz, integrantes da família Freitas, impulsionadora do progresso no município. As empresas de Manoel Foguete dinamizam agora o turismo em toda a região.

O Polo Turístico de Xingó em Sergipe, abrangendo Canindé e Poço Redondo, em Alagoas, Piranhas e Delmiro Gouveia, e na Bahia, Paulo Afonso, está agora montado, pronto para se expandir em bases seguras. A crise do definhante Velho Chico, só a longo prazo poderá afetar o turismo, caso nada comece a ser feito agora. Por enquanto não há riscos, mas é preciso união entre os três estados, Sergipe, Alagoas, Bahia, para um projeto conjunto de desenvolvimento.

Canindé pede socorro, emite um SOS conjunto com todo o ameaçado Baixo São Francisco. Se não vierem boas chuvas na Bahia e Minas, a última turbina ainda funcionando na hidrelétrica poderá parar. A cidade que cresceu exponencialmente, (passou em 20 anos de 3 mil para 30 mil habitantes) vive a crise da falta de recursos de uma Prefeitura antes com receita de 12 milhões, e despencando para algo em torno de sete. O desemprego é elevado, a agricultura não existe. Da sonhada reforma agrária restam as ¨favelas rurais¨, onde há agora o relativo conforto de casinhas com luz, antena parabólica, geladeira, um invariável sofá amarelo na entrada, mas os moradores estão desempregados, vivendo da ameaçada Bolsa Família.  O empréstimo liberado pelos bancos, da ordem de 12 mil para cada assentado, foi gasto nessa ilusória melhoria de vida, mas a base para a possível produção sustentável não foi feita. Há a esperança forte na pecuária leiteira, nos médios e pequenos produtores bem sucedidos, que dão em Santa Rosa do Ermírio,  Poço Redondo, o melhor exemplo;  também, no porte de  empreendimentos como o  do engenheiro Paulo de Deus, agora felizmente encontrando-se com  a preocupação ambiental, e próximo a produzir 20 mil litros diários de leite no que existe de mais seco no semiárido sergipano. Para a pecuária leiteira voltam-se as atenções do governo que irá desenvolver um projeto a partir deste mês, com ações do BANESE, da Secretaria da Agricultura e da EMDAGRO.

Produção agrícola mesmo, só nos perímetros irrigados Califórnia, em Canindé, e no Jacaré – Curituba, parte em Poço Redondo e uma nesga em Canindé. Neles se gera emprego, e é neles que se deve concentrar o esforço de financiamento e abertura de alternativas para mais e melhor produzir. Por enquanto a crise hídrica não chegou aos perímetros. Mas no Jacaré – Curituba persiste a indefinição sobre quem o irá gerir no plano federal. Enquanto isso a luz só não é cortada porque a CODEVASF tomou a iniciativa de pedir uma liminar até que o problema seja resolvido. Se a liminar for revogada o corte ocorrerá e sem água todo o plantio em pouco tempo estará perdido. Se isso ocorrer mais de 4O0 famílias irão passar fome. Antes, o governo do estado pagava a conta, ou seja ajudava ao governo federal.

A Força Tarefa criada pelo governo do estado para o nosso semiárido, faz bom trabalho, inclusive de planejamento para o futuro, sem levar em conta, por realismo, a possibilidade cada vez mais remota desse agora tão anunciado quanto improvável Canal de Xingó.  Em primeiro lugar deve ser atendido o pedido de socorro, o SOS do rio que morre, e com ele morre também o outro equivoco enganosamente festejado por Lula, a transposição do São  Francisco.

 O DORIA ¨SERGIPANO¨

INSULTOU SERGIPANOS

 

Só os que se deixam seduzir por mentiras evidentes, poderão ter ficado bem impressionados com o engodo maquiado do farsante janotinha paulistano. Recebeu na Assembleia o imerecido titulo de cidadão sergipano, e demonstrou sua arrogância, deseducação e ignorância política, ao ofender um pequeno grupo que o vaiava das galerias do Legislativo.  Um fato corriqueiro que acontece em todos os Parlamentos.  Tanto na sisuda Câmara dos Lordes ingleses, como na mais descontraída Câmara dos Comuns, os parlamentares vaiam-se entre si, e costumam vaiar os primeiro ministros que ali comparecem com frequência, prestando contas.

Mas o enfatiotado que veio dizer a quem perdeu tempo para ouvi-lo coisas óbvias e até ululantes,  ostrou que lhe falta equilíbrio, humildade,  sobretudo bom senso. Desconhece o Brasil, ignora o nordeste, e Sergipe nunca esteve no seu mapa, mas faz parte agora da geografia oportunista do lobista que tumultuando a Prefeitura, quer saltar para o primeiro lugar da República.

 Agrediu os jovens que o vaiavam chamando a todos de ¨esquerdistas e petistas safados¨. Tivesse um mínimo de cultura política, e não ocupado o seu tempo de vida desempenhando as funções de  porteiro do cabaré das devassidões  do  poder prostituído com o proxenetismo empresarial, o agora prefeito de  uma ciclópica cidade, deveria saber que  tanto a esquerda como a direita e o centro, representam parcelas de opinião que devem ser respeitadas e valorizadas, porque sem elas a  convivência social entra em colapso e a democracia se desfaz.  Quando ele chama de safados pessoas que seguem uma linha ideológica e pertencem a um partido político, demonstra, apenas, que aquela afetada imagem de manequim de grifes, só serve mesmo para ocultar o vazio imenso da cabeça que já era pequena para pensar, e agora tornou-se envoltório minúsculo para acomodar tanta vaidade fútil, e tanto egoísmo insensato.

O deputado Francisco Gualberto traduz bem a indignação que não é só dele e do seu partido o PT, nem das pessoas que se definem como esquerdistas; a indignação deve ser de todos os sergipanos que cultivam a elegância,  a civilidade, tanto na vida pessoal como na convivência política, e assistem um  arrogante convidado ofendendo os  seus anfitriões.

 

DA VIOLENCIA EM SERGIPE

AO DESASTRE EM BRASILIA

 

Sem duvidas é coisa extremamente preocupante a posição de Sergipe nesse sanguinolento e desgraçado ranking da violência que se transformou numa trágica epidemia brasileira. Ocupar um primeiro lugar na estatística relativa da violência no país que alcança a média numérica  de sessenta mil pessoas  assassinadas a cada ano é um desastre enorme que necessita cada vez mais de ações, atenções redobradas,  planejamento eficiente. Por que Sergipe disparou nesses números de fatalidades é tema a ser analisado não apenas pela policia. Um dos três mais conhecidos estrategistas militares dos séculos 19 e 20, Clausewitz (os outros foram Moltke e Lidell Hart) disse que a guerra era assunto demasiado sério para ser tratado apenas pelos generais. Ele era militar, não desejou com isso desfazer ou reduzir o protagonismo dos chefes militares, apenas, tendo visão da guerra como assunto  grave de Estado queria que outros atores também entrassem diretamente em cena, tais como os políticos, os empresários, os homens de ciência, os formadores de opinião. A chamada arte da guerra anda aliás a reboque dos avanços da ciência. Desde a Grécia antiga,s eus sábios, grandes filósofos e pensadores, também hábeis e industriosos, ajudaram na produção de máquinas, rudimentares evidentemente, mas que lançavam pedras e materiais inflamáveis, e com elas foram vencidas batalhas, inclusive a naval mais famosa de todas,  a de Salamina, cerca de 400 anos antes de Cristo.

Hitler, nos últimos anos da guerra já em 1945, esperava ainda vencê-la, usando as armas formidáveis colocadas no teatro de batalha pelos seus cientistas.  Os foguetes V-1 e V -2, lançados contra a Inglaterra, foram os primeiros a ultrapassar a estratosfera voando acima de cem quilômetros, e assim, inalcançáveis pela artilharia antiaérea e pelos caças aliados.

A segurança interna, problema abrangente, não deve ser apenas caso de policia e quem mais sabe disso são os próprios policiais. Sergipe tem na Secretaria da Segurança, um secretário eficiente, na PM um coronel conhecedor do seu oficio e com capacidade de comando. A maquina da segurança movimenta-se, mas faltaria algo mais, algo inovador em matéria de inteligência para combater o crime que se ramifica pelo país e tem articulações quase sofisticadas de comando no que se refere à questão das drogas. Por outro lado, a violência representada pelos assassinatos não tipificados como latrocínio ou resultantes das execuções entre facções do tráfico, têm crescido, e isso é consequência de uma doença social grave que a polícia sozinha é incapaz de conter.  Avulta, diante dos fatos, a necessidade de uma centralização das ações pelo governo federal, com a montagem de uma rede de inteligência,  coordenação de ações, a fiscalização das fronteiras,  uso de equipamentos  eletrônicos sofisticados,  e para isso é preciso agregar  conhecimentos científicos, contratar especialistas estrangeiros que lidam com o combate ao terrorismo, e usar métodos não ortodoxos e não inclusos nos manuais da polícia, evidentemente, excluindo-se o uso da tortura. Basta lembrar que os líderes do terror são eliminados à distancia com o uso de drones e da inteligência, que fezem explodir  veículos onde se deslocam. Como disse o comandante da policia militar do Rio de Janeiro, o que eles enfrentam é semelhante às ações terroristas.

 A repressão pura e simples contra as drogas é luta perdida, até mesmo porque já está contaminada a maior parte dos agentes do estado.  É preciso pensar como transformar o que é entendido como caso de policia, e fazê-lo mais relacionado à saúde pública, com visão não somente repressiva. Uma descriminalização progressiva da maconha seria o primeiro passo no cumprimento de metas cuidadosamente elaboradas e com tempo bastante para serem avaliadas. Não se imagine que a violência será vencida só pelo Estado . Sem o envolvimento intenso das forças armadas permanentemente chamadas a agir, sobretudo com inteligência, emprego de equipamentos de alta tecnologia nas fronteiras  secas, nos rios, no mar, no espaço aéreo; sem a participação  das universidades, sem o aporte de experiências no campo social, sem a predisposição dos brasileiros para que colaborem e participem, sem uma reforma do aparelho judicial e a edição de leis que possam agilizar as ações policiais e o processo penal,  e acabe a frouxidão do sistema carcerário, onde bandido não trabalha,  mas recebe visitas íntimas, pouco será conseguido, e não adianta derramar lágrimas sobre os caixões de policiais e de tantas vitimas do clima de guerra no qual vivemos.

Deste governo Temer nada se pode esperar. Afinal, existe o desastrado Ministro da Justiça que fala o que não deve, que cria conflitos absurdos, e que está no lugar onde lhe botaram para cumprir a tarefa única de ser advogado particular do amigo presidente, duas vezes apontado como chefe de uma organização criminosa. Torquato Jardim foi nomeado Ministro da Justiça exatamente para arrefecer as ações da Policia Federal. Felizmente, sem êxito até agora.

 

UM NOVO CENÁRIO PARA

A POLITICA EM ITABAIANA?

 

O que menos interessa hoje à juventude de Itabaiana são as questões ligadas à política local, há muito tempo marcada por uma polarização improducente, porque se faz quase exclusivamente em torno de nomes. Itabaiana tem um contingente enorme da sua juventude frequentando as universidades, envolvendo-se com as ciências, convivendo com alternativas novas, enquanto o debate político percorre a mesma narrativa das diferenças e inimizades que separam os grupos tradicionais,com lideranças especificas, e que comumente passam de pai para filho. A maior parte da população itabaianense está interessada em desenvolver negócios, expandir a economia, plantar mais, colher mais, aperfeiçoar sistemas de produção, modernizar indústrias, atualizar o comércio, e isso  fez surgir uma sociedade diferente daquela com que os políticos têm lidado ao longo de tantos anos.

A eliminação do personalismo em troca de ideias defendidas por este ou aquele líder político, é o que parece ser uma expectativa dominante na sociedade.

O deputado Luciano Bispo, na forma como se tem comportado na Assembleia, que agora preside, parece sintonizar com a nova mentalidade em formação, e esse recente gesto de diálogo entre ele e lideranças do  Grupo de Chico de Miguel, hoje sem o patriarca, mas representado pelos seus filhos, a deputada Maria Mendonça e o ex-deputado federal Jose Teles,  talvez seja um sinal admitido e visto como essencial às circunstancias .

Nessa diretriz de superação de ânimos idades e de prioridade ao desenvolvimento do município, sempre esteve o engenheiro Jose Carlos Machado, que  agora estaria pretendendo recuperar o mandato de deputado federal, onde se destacou, exatamente pela superação de conflitos em função do interesse público.

Na mesma linha, o ex-deputado Jose Queiroz, hoje afastado da política mas sem deixar de pensar politicamente teria sido uma espécie de precursor. O senador Eduardo Amorim estaria observando os acontecimentos e imaginando o que fazer.

O MILHO COM CINCO

ANOS DE BOM INVERNO

A se confirmarem as previsões de que a partir do inverno deste ano,teremos um ciclo de chuvas regulares,  com água suficiente para molhar o chão, iremos, então, atravessar um período que despertará a vontade e a disposição para investir na agricultura e na pecuária. O milho, hoje o principal produto de Sergipe, ultrapassou este ano a barreira das oitocentas mil toneladas. Há quem aposte que se houver três ou quatro bons invernos sucessivos, chegaremos a mais de um milhão  de toneladas, o que, para a exiguidade do nosso território, seria  feito considerável, considerando-se mais ainda que o cultivo do milho concentra-se numa faixa do agreste, entre os massapês ocupados pelos canaviais, e o semiárido, onde predomina a pecuária, e pouco se planta. O novo superintendente do BNB em Sergipe, Antônio Cezar de Santana, um propriaense, antenado e otimista em relação às nossas alternativas para o desenvolvimento, vê no milho um fator de dinamização forte da economia rural, e aposta sobretudo, na busca de tecnologias de ponta utilizadas para que a capacidade produtiva supere o obstáculo da limitação do espaço.  Para viabilizar esse processo de modernização contínua do sistema produtivo do milho, Antônio Cezar garante que o BNB tem recursos suficientes para atender às necessidades tanto do agronegócio, como da agricultura familiar.

 

 

 

BRASÍLIA CORROI ATÉ

OS BONS EXEMPLOS

O clima de Brasília, convenhamos, não parece adequado para o florescer  de bons exemplos, nem para a preservação de biografias virtuosas. A mais nova vítima da contaminação brasiliense, é justamente uma pessoa até ontem vista como um exemplo de cidadania, também de afirmação da capacidade da mulher para superar preconceitos, vencer barreiras da intolerância e chegar ao espaço restrito das mais altas hierarquias do poder. A desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça da Bahia, Luislinda Valois era uma dessas pessoas. Agora, Ministra dos Direitos Humanos de Temer, se vê envolvida num desagradável episódio, onde o que pleiteou e o que disse, pareciam bem distantes da essência da sua personalidade. Depois de permanecer calada quando surgiu a celerada Portaria que favorecia o trabalho escravo, considerou a sua remuneração de trinta mil reais como desembargadora aposentada insuficiente para comprar comida, bebida e sapatos. Queria acumular salários, o que é vedado pela Constituição, quando se supera o teto dos Ministros do Supremo. É aliás uma vedação todo dia desrespeitada, mas de Luislinda Valois não se esperaria que ela minimizasse a proibição, dizendo até que trabalhava de graça para o Estado e isso era semelhante à escravidão.  Quando as pessoas chegam a Brasília e se instalam no Poder são contaminadas por uma espécie de amnésia em relação ao resto do Brasil, e esquecem até que o salário mínimo aqui é inferior a um mil reais, e com ele as pessoas terão de comer, beber e comprar sapatos. Como ministra, a doutora Luislinda tem à sua disposição além do salário, um Cartão Corporativo para despesas,  mora num apartamento funcional onde não paga aluguel, taxa de condomínio, nem luz, nem água, nem manutenção. Usa um jatinho da FAB para quando quiser viajar. Tem na porta dois automóveis com dois motoristas que se revezam a seu serviço,

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