EDITORIAL: Uma pulga atrás da orelha

A Prefeitura de Aracaju julgou conveniente mudar a gestão do Hospital Municipal Nestor Piva, alegando o vistoso proveito de uma economia milionária. A disposição de trocar toda a gestão de uma unidade de saúde tão importante na assistência médica oferecida à população da capital sergipana de maneira francamente voluntariosa é das mais inusitadas, coloca uma pulga atrás da orelha dos mais atentos.

Assim foi feito, no entanto, a exemplo do ocorrido em outras áreas igualmente sensíveis da administração municipal. Sobre a contratação de uma nova empresa para coletar e dar um destino adequado ao lixo produzido pelos aracajuanos, aliás, pesa a mácula de uma suspeita grave.

Convém avivar a memória: a Justiça de Sergipe determinou a imediata suspensão da dispensa de Licitação Emergencial nº 27/2025, feita pela Prefeitura de Aracaju para a contratação de empresas para limpeza urbana da capital sergipana. Acatou o pedido de mandado de segurança impetrado pela empresa Torre Empreendimentos.

A Torre, que faz a coleta urbana de Aracaju há anos, se ateve ao fato de um envelope com a proposta de uma empresa ter sido aberto antes do horário estabelecido para o fim do prazo de entrega.

Mais uma vez, a advertência se faz oportuna: É imperativo que a Prefeitura de Aracaju se atenha sempre ao interesse público e conduza o processo de licitação para a prestação de serviços de maneira isenta, com a maior transparência. Qualquer nódoa de suspeição resultará em prejuízo irreparável – se não ao erário, à imagem da própria administração municipal, devedora de todos os aracajuanos.