Sexta, 23 De Maio De 2025
       
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Entidades protestam contra projeto 'Cura Gay'


Publicado em 05 de maio de 2013
Por Jornal Do Dia


Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br

Com atuações no mínimo inusitadas e ao mesmo tempo polêmicas, o deputado federal pastor Marco Feliciano (PSC/SP), atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, mais uma vez surpreendeu após defender o debate do Projeto de Lei conhecido como ‘Cura Gay’. Na tentativa de se livrar das manifestações promovidas pelos grupos GLBTS, o parlamentar afirmou em uma rede social que a imprensa brasileira está distorcendo o verdadeiro teor do projeto. Segundo Feliciano, a medida tem por objetivo disponibilizar em todos os estados grupos de psicólogos especialistas em sexualidade para que os homossexuais possam enfrentar com sabedoria os preconceitos ainda existentes.

Discordando da proposta, o presidente da Associação de Defesa Homossexual de Sergipe (ADHONS), Marcelo Lima, afirmou que a ideia do deputado em jogar a imprensa contra ele próprio não procede com a realidade dos fatos. Para Marcelo, o ‘currículo bastante homofóbico e preconceituoso’ de Feliciano diz por si só quem está trabalhando de forma ética. "Ele vive denegrindo os homossexuais e a nossa luta diária por igualdade social. Observamos esses fatos com muita tristeza. Nós vivemos em um Estado que se diz democrático e aí nos deparamos em pleno século XXI com uma proposta absurda dessa", disse.

Apesar de admitir que o projeto é polêmico e que poderia lhe render árduas críticas, o deputado paulista afirmou pelo próprio twitter que sua função é apenas colocar o texto na pauta de votação. "Sou apenas o mediador. Não podemos fugir de assuntos como este. A mídia divulga um PL como ‘cura gay’ quando na verdade ele não trata sobre isso, até porque homossexualidade não é doença".

Ainda segundo o presidente da ADHONS, essas afirmações midiáticas de Feliciano não passam por estratégia de marketing pessoal, e o deputado André Moura (PSC/SE) é um dos responsáveis por ele presidir a Comissão de Direitos Humanos.
"Foi André quem indicou o paulistano para assumir esse posto que deveria no mínimo ser imparcial, principalmente com os assuntos que envolvem opção religiosa e sexual. Marco Feliciano nos últimos meses também já se mostrou preconceituoso com as mulheres e negros. A culpa, infelizmente também é de um sergipano", lamentou.

Durante a campanha interna que definiu a direção da comissão, André Moura disse em Brasília: "Ele é de nossa inteira confiança. O fato de defender determinadas bandeiras não significa que ele, como presidente da comissão, vá trabalhar de forma tendenciosa".
Pastor há mais de dez anos, Marco Feliciano prega abertamente contra os direitos igualitários de gays, lésbicas, travestis e transexuais. "O presidente da Avaaz, – ONG internacional que defende os interesses das minorias – disse que em todos os estados brasileiros grupos de gays e lésbicas têm mantido a pressão sobre André Moura enviando mensagens, fazendo telefonemas e protestos. Essa é a imagem que o nosso representante leva Brasil a fora", concluiu Marcelo Lima.
Atualmente, o deputado sergipano é líder da bancada do PSC na Câmara dos Deputados e ainda não se pronunciou quanto ao projeto chamado de ‘Cura Gay’.

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