Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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Evangélicos fazem protesto contra deputados


Publicado em 05 de dezembro de 2014
Por Jornal Do Dia


Até os evangélicos, que também recebem emendas dos deputados, cobram a prestação de contas

Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br

A falta de transparência no paradeiro das verbas de subvenção utilizadas por parlamentares que compõem a Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), tem resultado em um conjunto de manifestações e questionamentos por parte dos sergipanos. Na manhã de ontem foi a vez de fiéis da Igreja Evangélica se mobilizarem em frente à assembleia com o propósito de exigir coerência ética por todos os deputados estaduais que atualmente formam a casa legislativa. Aglomerados desde as 7h, os manifestantes exigiam também o apoio dos sergipanos para o pleito e a intensificação nas investigações por parte dos órgãos federais responsáveis por analisar o uso de cada real repassado para os 24 deputados.
O ato público que foi idealizado pela Federação das Igrejas Evangélicas do Brasil (Fiebra), contou com o apoio integral de representantes das congregações: União dos Ministros Evangélicos do Estado de Sergipe (Umese) de Aracaju, Juventude Batista Sergipana (Jubase) e Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Ao todo, cerca de 80 fiéis estiveram presentes na mobilização pacífica que durou aproximadamente duas horas e meia. Foram registrados também a participação de moradores dos municípios de Nossa Senhora do Socorro, Tomar do Geru, São Cristóvão, Malhada dos Bois, Itaporanga D’Ajuda e Aracaju. Para muitos evangélicos falta coerência na hora de repassar os benefícios e para quem eles estão sendo entregues.
Entre os organizadores estava o popular pastor Carlos Fontes que disse não entender a forma como as verbas são destinadas. Segundo ele, existe uma visível incoerência nesse trâmite financeiro e o Ministério Público Federal (MPF), com o apoio dos sergipanos, deve realizar novas investigações tipo ‘pente fino’ para estudar a possibilidade de fraudes no sistema. "Tem muita coisa que é apresentada a gente e que não conseguimos entender o porquê daquilo, vou dar um exemplo básico: aqui em Sergipe existe uma instituição de futebol que recebe mais de 800 mil reais, e uma entidade que trabalha de forma séria e solidária como a Amo não é beneficiada com mais de 33 mil. Isso, para nós, é um dos pontos de injustiça", disse o pastor.
No decorrer dos últimos meses de setembro, outubro e novembro, sindicalistas das mais variadas categorias estiveram realizando atos semelhantes a fim de cobrar a mesma transparência pleiteada pelos evangélicos. Para quem passava logo no início da manhã de ontem pela região central de Aracaju percebeu que, a princípio a manifestação seria generalizada. "E foi. Não estamos aqui porque outros já fizeram o mesmo, estamos aqui para nos unir a mesa reivindicação dessas centrais sindicais e tentar alcançar o mesmo objetivo. Queremos que todos os deputados venham a público mostrar o que eles estão fazendo com o dinheiro público", declarou o pastor Deivid Brito, representante da Igreja Batista.
Apesar da representativa quantidade de fiéis manifestando e não haver nenhum registro de violência ou desordem pública, nenhum deputado conversou com os evangélicos até as 9h de ontem. Ainda de acordo com o pastor Deivid, é preciso que todos os parlamentares que permanecem nos respectivos cargos a partir do próximo mês de janeiro, e os novos que devem assumir uma das cadeiras, passem a analisar os desejos populares com maior prudência. "Quem sabe com essa mobilização eles não se solidarizem com a gente e decida conversar. Estamos à disposição do diálogo porque acreditamos que podemos ajudar a transformar esse repasse das verbas de subvenção mais transparentes e justas", pontuou.

Avaliação – Apesar de o ato ter registrado um grande número de pessoas, inclusive em posse de cartazes e faixas, o trânsito local não foi prejudicado. Essa estratégia, segundo a coordenação da manifestação, foi debatida com cautela. Segundo o pastor Antônio Figueiredo, representante da União dos Ministros Evangélicos do Estado de Sergipe, o resultado final do ato foi apontado como positivo. "Nossos objetivos nesse primeiro momento foram atendidos. Não atrapalhamos ninguém e tenho certeza que criamos novos adeptos dessa vontade de ver a Alese mais transparente". A perspectiva agora é que outras mobilizações evangélicas sejam realizadas caso os deputados não apresentem mudanças na forma de distribuir as verbas de subvenção. Os novos atos não tiveram as datas divulgadas.

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