A artista com alguns dos trabalhos que serão expostos
Exposição de Ana Carolina Menezes apresenta versões sergipanas de Nossa Senhora
Publicado em 07 de dezembro de 2014
Por Jornal Do Dia
Argila, Renda Irlandesa e referências religiosas imersas na identidade sergipana. Isso e muito mais poderá ser conferido na "Coleção Maria Nossa", da artista plástica Ana Carolina Vieira Menezes, que será lançada no dia 9 de dezembro, às 18h, no Ateliê Matéria Prima, Av. Desembargador João Bosco de Andrade , na Atalaia. A exposição permanecerá na loja até o dia 19 de dezembro.
A exposição foi concebida em parceria com a arquiteta consultora Raquel Villas-Boas, do Ateliê Matéria Prima, a partir dos nomes das nossas senhoras que batizam seis cidades sergipanas: Lourdes, Aparecida, Socorro, Glória, Dores e Divina Pastora. As obras, que materializam cada uma das santas, se apropriam das referências da religiosidade e do catolicismo e trazem em si as expressões da identidade e do povo sergipano.
A mostra apresenta, entre outras obras, a premiada "Nossa Senhora Aparecida do Brasil", que foi exposta na Fifa Fan Fest, exposição que integrou a programação oficial da Copa do Mundo no Brasil. A mostra, que apresentou a diversidade da cultura brasileira, congregou 90 artistas plásticos, artesãos e associações de todo o país.
Para apresentar uma versão de Nossa Senhora ‘sergipanizada’, a autora realizou uma pesquisa sobre três etnias predominantes no Estado: negra, indígena e ibérica. "O resultado das sobreposições destas etnias tão nossas, somadas às características que já venho desenvolvendo nas minhas criações são os traços das Marias, materializados num único rosto: o de Nossa Senhora", contou.
A artista plástica ressaltou que, embora haja diferença entre cada versão da mãe de Jesus, ela é uma figura única que apresenta características próprias em contextos distintos. "Todas elas tem o mesmo traço, porque na verdade são uma só. O que as diferencia são as expressões corporais – em especial o marcante posicionamento das mãos – e a indumentária utilizada por cada uma delas no momento de sua aparição para o mundo".
A figura humana já era um tema recorrente na estética da artista plástica, mas desta vez, Carolina abordou a temática de maneira diferenciada. "Sempre me identifiquei muito com a figura humana de uma forma geral. Mas agora o desafio foi sair da imagem da figura humana do meu imaginário, a qual estava mais habituada a produzir, e partir para um projeto que trabalhava uma figura humana histórica, cheia de identidade e simbolismo", finalizou.