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FRATERNIDADE E EDUCAÇÃO – O MÉTODO EDUCATIVO DE JESUS


Publicado em 19 de março de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

No artigo anterior (5 de março de 2022), destacamos as discussões preliminares da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano. Entre os aspectos ressaltados, a ideia de Jesus como o grande educador (p. 12). Considerando que a Quaresma é um deserto de aprendizagem e uma escola da vida (Pe. Adroaldo Palaoro, sj- Retiro Quaresmal, 2022, p. 9), é importante refletirmos sobre essa característica do Cristo que ensina e que, de maneira atemporal, deixa um legado sempre inovador, poucas ou quase nenhuma vez tentado por aqueles que lindam com educação.
Para além e uma “ignorância existencial”, vivemos tempos de grande ensimesmamento, encerrados num egoísmo cada vez mais cruel e desumano, capaz de nos apartar não somente do outro, mas também de nossa própria existência. É tempo, portanto, de uma “conversão do coração” (p. 15), e como sempre tem feito, a partir da CF, refletir sobre as estruturas da sociedade à luz do Evangelho e do Ensinamento de Jesus Cristo.
Partindo do princípio que a educação “é indispensável para a construção de um mundo mais justo e fraterno” (p. 16), a CF de 2022 se propõe a não somente refletir sobre os problemas educacionais brasileiros, mas a necessidade de apontar soluções a curto e médio prazo, pois o tempo urge e as demandas são inúmeras e gritantes. Em que pese a desumanização do tempo presente, é mister pensar e proporcionar uma reeducação humanista.
Já dissemos que Jesus Cristo não deixou nada escrito, mas que sabia ler e certamente também sabia escrever. Também não sabemos o que ele escreveu naquela passagem de João 8,1-11. Mas, a cena com a mulher adúltera prestes a ser condenada por apedrejamento nos remete a pensar num Jesus educador que não condena, mas que ouve e aponta outros caminhos que não o definitivo e destrutivo modo de dizer a quem errou que não se pode, mas corrigir e aprender.
Em duas ocasiões, Jesus se curva nesta passagem. Assim, deve ser o educador, que precisa curvar-se perante seu orgulho, e muitas vezes orgulho do conhecimento, que precisa ouvir, ser compreensivo e compreendido. Assim como a mulher é “restituída em sua dignidade humana” (p. 20), o fim último da educação é dar ou recuperar a dignidade das pessoas. Não se trata apenas da necessidade de adquirir conhecimento e de saber, mas de SER.
Assim, aponta-nos a CF o Jesus educador a partir do seguinte método: 1) escutar em silêncio o que dizem; 2) conduzir pedagogicamente as partes a se permitirem falar e ouvir, de forma dialógica; 3) proporcionar atitudes e realidades que transformam (pp. 21-22). Essa dialética do amor é capaz de evitar inúmeras contrariedades, muitas vezes consequências de uma educação que para além de transformar, quer, sobre diferentes formas, naturezas e interesses, adestrar.
Não se trata apenas de uma educação transformadora, mas também libertadora. O acolhimento é a melhor forma, a partir do método educativo de Jesus, de fazer com que a educação realmente tenha sentido na vida das pessoas. Ao contrário do que preconizava Norbert Elias, a educação como violência civilizadora, com o perdão da redundância, a educação dever ser educadora.
E antes que me tachem de “carola intelectualizado a serviço da Igreja”, permitam-me ainda dizer que não estou tratando de “educação católica”. Trata-se de um legado educativo, claro, evidente, palpável e possível, que o Mestre Jesus nos oportuniza há quase dois mil anos. Perdidos muitas vezes em teorias e ideologias, esquecemos que a criança só que SER criança e de igual modo o adolescente e o adulto que viu a oportunidade de aprender deixar passar.

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