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Grande Otelo


Publicado em 27 de agosto de 2013
Por Jornal Do Dia


"O ATOR FEZ MAIS DE 100 FILMES. IMPOSSÍVEL DIZER QUAL FOI O SEU MELHOR DESEMPENHO

Natural de Uberlândia (MG), este velho herói do cinema brasileiro se destacou em mais de 100 filmes, dezenas de peças de teatro, revistas musicais e telenovelas, e também compôs cerca de 50 músicais, entre as quais "Praça Onze", um dos maiores clássicos da MPB.

Foi ao lado de Oscarito que, em 1935, ele conquistou as plateias do Brasil, tendo atuado a seu lado em 13 longas, todos campeões de bilheteria à época.

Com 1,54m de altura e a vida pontilhada de dramas e alegrias, estava sempre onde quer que houvesse uma causa para ser abraçada. Filho de uma empregada doméstica, foi a glória maior dos musicais do Cassino da Urca (Rio), tendo sido chamado de gênio pelo ator e cineasta Orson Welles.
Otelo tinha apenas oito anos quando pegou carona numa trupe teatral e seguiu para São Paulo. Em 1924, trabalhava na Companhia Negra de Revistas, com nove anos. Autêntico garoto-prodígio.

Nascido Sebastião Bernardes de Souza, foi na Companhia de Teatro de Jardel Jércolis (pai do ator Jardel Filho) que ganhou o famoso nome. O inglês era moda e, no espetáculo "Goal", em São Paulo, o ator aparecia nos créditos como The Great Othelo. Um dia, perguntaram a Carlos Drummond de Andrade qual brasileiro ele gostaria de ser, e ele respondeu: Grande Otelo. O ator costumava dizer: "Fiquei muito tempo sem a luz de uma vela, que acabei achando alfinete na escuridão".
Ex-comunista, Otelo voltou poucas vezes a Uberlândia. Meses antes de sua morte, coltou lá para lançar seu primeiro livro de poesias, "Bom Dia, Manhã".

Na infância era chamado de Bastãozinho, Bebê da Tia Silvana, Tião e, em 1972, era homenageado com um busto na praça Villela. Certa vez, ele relembrou a época na terra natal, com nostalgia: "Aqui eu cantava, dançava, espalhava alegria e ficava alegre com isso. Eu cantava nas feiras, nas ruas movimentadas. Enfim, onde houvesse aglomeração. E ganhava um, dois tostões. Os viajantes sempre pagavam mais. Eu só não cantava na estação dos trens porque lá descolava outra jogada: apanhava jornais velhos e vendia com desconto para minha semi-alfabetizada clientela".

Morto em Paris, ao desembarcar no aeroporto Charles de Gaulle, de onde seguiria para Nantes, a convite do festival de cinema local, os jornais franceses registraram o ocorrido. O Liberatión referiu-se a ele como o representante da alegria do povo de seu país" e Le Monde, mencionou-o  como a encarnação da alegria de viver" A cineasta francesa Ariel de Bigualt, afirmou: "Ele atravessava todos os momentos importantes do cinema brasileiro. Se você o vê atuar tira o som, sabe que não é um negro norte-americano, colombiano ou africano. Ele tinha um jeito de ser brasileiro".

Grande Otelo separou-se da atriz Josephine Helene, com quem vivia desde 1975. Em 1987, o casal foi protagonista de uma briga que chegou às manchetes policiais. No calor de uma discussão, ela lhe desferiu uma facada no abdômen.

O ator casou-se pela primeira vez em 1949, com a ex-empregada doméstica Lúcia Maria, que matou o filho de seis anos do casal, e depois suicidou-se. Culpava a boêmia do marido por seu ato insano.
Otelo, nos últimos tempos, vivia de um salário humilhante – muito aquém do seu imenso talento – da Rede Globo, por ser contratado desde 1971. Recebia também uma pequena aposentadoria como funcionário da Radiobrás. Seu último trabalho na TV foi no caso especial "O Besouro e a Rosa", de 1993.
São mais de 100 filmes no currículo de Grande Otelo, Destacar alguns é tarefa quase impossível, por medo de cometer injustiça. Mas vou tentar:"Moleque Tião" (1943), "Tristezas Não Pagam Dívidas" (1944). "Aviso aos  Navegantes"(1950), "Os Três Vagabundos" (1952), "Amei Um Bicheiro" (1953), "Matar ou Correr"(1954), "Quero Essa Mulher Assim Mesmo" (1962), "Os Marginais"(1966), "Macunaíma" (1969), "Pastores da Noite" (1976), "Lúcio Flávio"(1977), "O Homem do Pau-Brasil" (1981), e "Brasa Adormecida" (1986).
O ator faleceu aos 78 anos, em 26 de novembro de 1993. O exemplo de um artista singular que nunca terá substituto. Foi e continua sendo único.
(Resumo do capítulo 24 do meu livro inédito "101 Ícones do Cinema que Nunca Sairão de Cena")

Geléia Geral
… Quando o artista se excede nos cuidados com a beleza física e a elegância extravagante, logo é taxado de gay ou de termos pejorativos tipo boiola, bicha, biba, mona, bambi, gazela e muito mais; Mas com jogador de futebol, não, porque futebol é coisa de "macho". Daí serem rotulados de "metrossexual". Foi o que tentou convencer os seus leitores, a revista Veja, edição de 14.05 deste ano.

… O título da matéria é "Nas Roupas Todos São Fenômenos". Segundo a reportagem, "jogadores de futebol que gostam de se produzir inspiram seguidores. É difícil saber quem tem as roupas, as jóias, a cabeleira e as sobrancelhas mais arrojadas." Isso é coisa de "macho", sim senhor, porque é o que fazem os craques Pato, Cristiano Ronaldo e Neymar, por exemplo.

… Legenda onde aparecem fotos de Cristiano Ronaldo e Neymar seminus com trejeitos de fazer inveja a muitas periguetes: "O que o exuberante Cristiano Ronaldo e o por enquanto esguio Neymar têm em comum fora de campo? Linhas de roupas e sobrancelhas benfeitas. Reparem também nas pernas depiladas". Sem comentários. E precisa? Dolorosa interrogação.  

… Aberto ontem, 19 de agosto, na Galeria de Arte Álvaro Santos, o III Salão de Fotografia de Aracaju, sob o tema "Sergipe, Sua Cultura, Seu Folclore". A mostra ficará em cartaz até o dia 14 de setembro e irá escolher os três vencedores entre os fotógrafos participantes. A promoção é da Secretaria de Cultura do Município.

… Christina Rocha está em baixa no SBT. O programa comandado por ela, o "Casos de Família", que ia ao ar de segunda a sexta-feira no final da tarde, está sendo apresentado agora, apenas uma vez por semana, ou seja, às quintas-feiras, no final da noite. Se a baixaria rolava solta em horário vespertino, agora, no atual horário, a coisa está pegando fogo. Quem sabe não seria bom trocar o nome do programa para "Casos de Polícia"?

O Pato
"Além de melhorar o quarda-roupa, Pato aprendeu a cuidar da pele: usa creme à noite, faz depilação no peito e na barriga e dá uma acertada nas sobrancelhas, no meio e um pouquinho nas laterais." – Thaís Botelho, na Veja, edição de 14.08.2013.

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