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Greve de seguranças afeta bancos


Publicado em 18 de junho de 2013
Por Jornal Do Dia


A paralisação dos vigilantes afetou o funcionamento da maioria das agências bancárias

Manifestação dos vigilantes em frente da agência central da Caixa Econômica: muitas agências bancárias foram afetadas pela greve

Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br

Vigilantes de empresas de segurança particulares sergipanas pararam as atividades durante todo o dia de ontem, 17. Com a paralisação o setor bancário foi o mais afetado, pois algumas agências da capital e do interior sergipano fecharam suas portas.

A categoria pede a classe patronal aumento da gratificação de periculosidade, reajuste salarial, aumento do tíquete-alimentação e mais segurança nos postos de trabalho. Por conta da paralisação, algumas agências bancárias não funcionaram ontem.

Os vigilantes se reuniram em frente a duas grandes agências bancárias, localizadas na praça General Valadão, no centro comercial aracajuano. De acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Sergipe (Sindivigilantes), Reginaldo Gonçalves, a última proposta apresentada pelos patrões foi de aumentar o salário-base para R$ 730, com desconto de 10% para o tíquete – equivalente a R$ 80. "Eles mandaram uma pauta de negociação que já tinha sido discutida e rejeitada. Isso não é proposta para se passar para uma assembleia, porque não existe. O nosso piso salarial é hoje de R$ 657, abaixo do salário mínimo. Então não tem como negociar isso", explicou.

Sobre o tíquete, Reginaldo chamou a atenção para o valor baixo. "O tíquete deve ser equivalente a uma refeição, mas o nosso é equivalente a uma coxinha". No tocante a paralisação no interior do estado, ele garantiu que foi de muita adesão. "A paralisação foi de 100% em Lagarto, Tobias Barreto, Boquim, Estância e Itabaiana". Ele frisou ainda que se a negociação não avançar, a categoria deflagrará greve por tempo indeterminado antes dos festejos juninos.

O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de Sergipe (Sindesp), Marco Pinheiro relatou que desde outubro de 2012 vem se reunindo com os vigilantes a fim de chegar a um denominador comum no mês da data-base, fevereiro. "Infelizmente o grupo não tem interesse em fechar um acordo".

Segundo ele, em 10 anos essa é a primeira vez que não se fecha a convenção. "Nosso interesse é repassar a inflação, além do ganho real. Estamos abertos a negociação dentro do principio da racionalidade", destacou.
Por não fechar um acordo, a categoria hoje tem um piso equivalente ao salário mínimo. Marco conta que com o cumprimento da legislação trabalhista, os salários chegam a R$ 1.400.  

Ele denunciou que a paralisação é financiada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), e que a paralisação de ontem contou com vigilantes da Bahia e de Alagoas. "De Sergipe a adesão foi pequena, apenas uns 30 vigilantes participaram", assegurou Marco.  O presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes, Djalma Queiroz, esteve em Sergipe acompanhando a paralisação. "Estamos aqui há mais de dois meses, conversamos com os patrões e eles não querem oferecer nem o salário mínimo. Viemos apoiar os companheiros".

Roubos – Marco Pinheiro informou que outro problema que atinge e desmoraliza o setor é a quantidade de roubos. "Apenas este ano 189 armas foram roubadas dos vigilantes e foram registrados três homicídios. Por nenhum momento a categoria quis conversar sobre o assunto, mesmo sendo convidada pelo sindicato das empresas". O número de roubos de armas dos últimos meses é bem maior do que o registrado nos últimos 3 anos, 139.

Por conta desses roubos, há 90 dias nenhuma empresa de vigilância consegue fechar um novo contrato. "As empresas estão repensando se vale a pena contratar esse tipo de serviço. Isso é grave porque fecha posto de trabalho". Em Sergipe há 7 mil vigilantes trabalhando em 12 empresas legalizadas pela Polícia Federal.

Reunião – O presidente do Sindesp, Marco Pinheiro, se reuniu ontem com o secretário de Estado da Segurança Pública, João Eloy. "Passamos nossa preocupação com os atos de vandalismo, eles furaram pneus, arrancaram os pitos das motocicletas e isso não é paralisação. Pedimos interferência da autoridade policial para garantir um trabalho de primeira necessidade. O secretário nos atendeu e avisou que tomará as medidas cabíveis".
O presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe, José Souza, relatou que o sindicato apoiou politicamente os vigilantes. "Entendemos que a paralisação deles é justa, por isso participamos. Sergipe paga um dos menores salários do país aos vigilantes", justificou.

Souza informou que fez contato com a direção dos bancos semana passada e sugeriu que as agências não fossem abertas ontem, pois não teriam segurança para os bancários e clientes. "Nosso pleito encontrou eco e a maioria das agências da capital e do interior sergipano não abriu". Ele não soube informar quantas agências fecharam.

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