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Instituto Banese presta homenagens a Zé Peixe


Publicado em 23 de setembro de 2013
Por Jornal Do Dia


Escultura retrata um mergulho simbólico no espelho d'água que compõe o jardim frontal do Museu da Gente Sergipana

O Governo de Sergipe, através do Instituto Banese, programou uma série de eventos para homenagear o famoso prático sergipano José Martins Ribeiro Nunes, o Zé Peixe, que cresceu e viveu seu dia a dia e momentos de trabalho e heroísmo recebendo e conduzindo navios com segurança, entre o estuário do rio Sergipe, que banha Aracaju, e o oceano. Como parte dessas programações, será inaugurada na próxima quarta-feira, 25, às 19 horas, no Museu da Gente Sergipana, uma escultura em tamanho natural representando o mergulho de Zé Peixe ao conduzir navios até local seguro no oceano.
Batizada como "O Prático", a obra foi modelada em concreto armado pelo artista visual Elias Santos, e retrata um mergulho simbólico no espelho d’água que compõe o jardim frontal do Museu. A escultura fará parte do acervo permanente do Museu, localizado às margens do rio Sergipe, na Avenida Ivo do Prado, 398, no centro histórico de Aracaju. "É mais um intangível legado sergipano registrado pelo Instituto Banese, com a intenção de preservar e propiciar novas e múltiplas conexões culturais", enfatizou o diretor do Museu da Gente Sergipana e superintendente do Instituto Banese, Ézio Déda.
Entretanto, o conjunto de ações em homenagem a Zé Peixe, que recebeu o nome de "Zé Peixe, além das águas", é bem mais amplo. Os eventos envolvem o lançamento de duas obras de literatura de cordel sobre Zé Peixe, uma de autoria de Zé Antônio e outra assinada pela dupla João Firmino Cabral e Ronaldo Dória. Ilustrados com xilogravuras de Elias Santos e com projeto gráfico de Marcelo Larrosa, os cordéis serão distribuídos para todas as bibliotecas municipais, através do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas. E serão tema de rodas de leitura promovidas pelo Instituto Banese em parceria com o Comitê Sergipano do PROLER, Programa Nacional de Incentivo à Leitura da Biblioteca Nacional.
As homenagens serão marcadas também com a abertura de uma exposição com os estudos de Elias Santos produzidos para a modelagem da escultura e mais xilogravuras criadas pelo artista para ilustrar os cordéis, que serão expostas juntamente com poemas de Araripe Coutinho sobre o homenageado, que morreu em abril de 2012, aos 85 anos. A mostra recebeu o nome desta extensa ação: "Zé Peixe, além das águas" e ficará aberta ao público no espaço expositivo do foyer do Museu da Gente Sergipana até o mês de novembro.
Para completar o tributo, e integrar o célebre personagem sergipano ao universo infantil e ao mundo das artes cênicas, o Museu da Gente Sergipana apresentará o espetáculo "Zé, o menino que queria ser peixe", da Cia. Teatral Sultifera Navis na programação idealizada para a Semana da Criança. A peça infantil ocupará o átrio do Museu nos dias 04, 10 e 11 de outubro, às 15h30, com entrada gratuita. "A ideia é aproximar e mostrar ao público infantil, numericamente mais presente no Museu, a grandeza do homenageado, e ao mesmo tempo cooperar para o fomento do consumo cultural e a formação de plateias", afirma o diretor de Programas e Projetos do Instituto Banese, Marcelo Rangel.

Um herói sergipano – José Martins Ribeiro Nunes, ou Zé Peixe, (*05/01/1927 † 26/04/2012) nasceu e viveu em Aracaju. Em 1938, o Capitão-de-Corveta da Capitania dos Portos de Sergipe, Aldo Sá Brito de Souza, lhe colocou o apelido de Zé Peixe. Em 1947, foi admitido na Marinha como prático, cuja função é receber navios em alto mar e guiá-los até o porto e, na saída, conduzi-los até onde for possível seguir com segurança.
Zé Peixe ficou famoso pelo modo único de exercer essa atividade. Ao invés de se dirigir aos navios com lanchas, nadava até eles; quando estes retornavam para alto mar, saltava de alturas de até 40m e voltava a nado para terra firme. Chegava a nadar até 13km. Seus feitos heroicos, seu vigor físico, sua maneira ímpar de trabalhar e seu modo simples de viver lhe conferiram fama internacional, passando a ser chamado por estrangeiros de ‘Joe Fish’ e se transformando em um dos práticos mais conhecidos do mundo.

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