JUSTIÇA CONDENA A 63 ANOS DUPLA QUE MATOU CASAL

Os réus Rafael Alves da Silva e André Messias de Oliveira, 22 anos, acusados pelo assassinato de um casal que foi encontrado morto em 6 de junho de 2009 no Morro do Urubu, próximo ao Parque da Cidade (zona norte de Aracaju), foram condenados pela Justiça a 63 anos e nove meses de prisão cada um. O julgamento deles durou toda esta segunda-feira no Fórum Gumercindo Bessa, no Capucho (zona oeste), e só terminou às 0h50 de ontem. Ambos foram considerados culpados pelas mortes da dona de casa Gilsa Alves da Silva e do alagoano Hudson da Silva, cujos corpos foram achados com as mãos amarradas e vários golpes de facão.

Além dos crimes de homicídio qualificado, cujas penas foram fixadas em 23 anos cada, André e Rafael também foram condenados por furto qualificado (quatro anos e seis meses) e por estupro (oito anos e nove meses). Isto porque, segundo os autos do processo, os réus abusaram sexualmente de Gilsa antes de matá-la, além de roubarem e dividirem entre si uma quantia em dinheiro que as vítimas levavam.

Durante o julgamento, Rafael não quis responder ao interrogatório da juíza Olga Silva Barreto, invocando o direito de permanecer calado. Diante disso, o Ministério Público fez uma acareação com base no primeiro depoimento prestado em juízo pelo próprio acusado na fase de instrução, quando Rafael e André falaram sobre detalhes do crime, que aconteceu na presença do neto da vítima, um menino que tinha três anos de idade na época e foi abandonado no local do crime, próximo aos corpos. Hoje, o garoto tem seis anos e está sendo cuidado pelo pai.

Segundo as investigações da polícia à época, Gilsa recebeu informações de que alguns homens estariam em um terreno de sua propriedade, destruindo um barraco construído no local. Ela foi até o terreno acompanhada do amigo Hudson para tentar resolver o problema. Ao chegar ao local, encontraram os réus e um terceiro homem, Rafael Emerson da Hora Santos, que foi arrolado nos autos e responde a um processo em separado. No depoimento em juízo, Rafael Alves disse que André e Emerson agrediram e esfaquearam as vítimas até a morte, depois de estuprarem a dona de casa.

A defesa de Rafael anunciou que vai apelar da sentença, "por entender que a pena a ele aplicada foi injusta e a decisão dos jurados foi manifestamente contrária a prova dos autos". Toda a pena anunciada ontem deverá ser cumprida pelos réus em regime fechado e eles não podem recorrer em liberdade. (Gabriel Damásio)