Pedofilia provoca prisão de policial e professor

Gabriel Damásio
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O policial militar Luís Francisco dos Santos, 34 anos, e o funcionário público Rubens Rodrigues da Silva, 46, que também é professor de música, foram presos anteontem por policiais do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), acusados de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Eles tiveram suas prisões decretadas pela 11ª Vara Criminal de Aracaju e eram investigados pelos abusos sofridos por quatro meninas entre 10 e 15 anos de idade, as quais eram obrigadas a fazer sexo com os envolvidos em troca de dinheiro e presentes. Um terceiro acusado também é investigado por participação nos abusos, mas ainda está foragido e sua identidade não foi revelada.

As investigações começaram em 22 de agosto, quando duas das vítimas, sendo uma de 10 e outra de 11 anos, revelaram os abusos a uma assistente social da Fundação Renascer, para onde elas haviam sido encaminhadas depois de serem apreendidas furtando roupas de uma loja. "Chegando lá, elas disseram que não tinham mais interesse de voltar para casa porque eram abusadas sexualmente. A assistente social foi muito sensível à história, trouxe-as aqui para o DAGV e aqui elas contaram com riqueza de detalhes como os fatos ocorriam, apontando nomes e endereços", disse a delegada Mariana Diniz, responsável pelo caso.

As apurações confirmaram os estupros sofridos pelas crianças durante cerca de um ano e levaram às adolescentes de 15 anos que teriam ajudado os acusados no aliciamento das menores e também foram abusadas e exploradas. De acordo com a delegada, os três acusados não agiam juntos, mas abusaram das mesmas vítimas e tinham os mesmos modos de agir. "Eles se aproveitavam da vulnerabilidade econômicas delas e as atraíam para a prostituição, usando o corpo delas como mercadoria, um objeto de consumo. São crianças muito pobres, excluídas socialmente, com histórico de violência doméstica e que vivem nas ruas, totalmente expostas a situações de risco", afirma Mariana, ao relatar que os pais das vítimas são usuários de drogas.

Os dois acusados foram detidos em suas residências, cujos endereços foram apontados pelas vítimas. Na casa de Luís Francisco, no bairro Jabotiana (zona sul), a polícia encontrou um notebook que continha uma grande quantidade de fotos e vídeos com conteúdo pornográfico. Segundo relatos das vítimas, estes vídeos eram mostrados pelo acusado durante as relações sexuais, que por sua vez, também estariam registradas. Já o professor Rubens foi preso no Centro da capital. O terceiro acusado, ainda foragido, também está com sua prisão preventiva decretada e já foi preso outras quatro vezes apenas pelo DAGV, pelo mesmo crime de abuso e exploração sexual.

Mariana Diniz ressaltou que os três acusados "são pessoas que estão acima de qualquer suspeita, pois têm família e trabalho fixo". Francisco, por exemplo, estava há 10 anos na Polícia Militar e era considerado um profissional exemplar. Agora, os dois presos serão indiciados em 10 dias e podem ser condenados a até 15 anos de prisão. "É importante salientar que a denúncia é uma arma no combate a esse tipo de crime. A sociedade é uma grande parceira da polícia e através do 181 pode nos auxiliar na elucidação de outros crimes dessa natureza", lembrou a delegada.