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Leila Diniz


Publicado em 26 de junho de 2013
Por Jornal Do Dia


"ACHO UMA MERDA FAZER PAPEL SEXY", DIZIA LEILA DINIZ

Leila Diniz, a atriz que virou musa de toda uma geração, nasceu em 1945, foi criada por uma família burguesa com a qual rompeu desde cedo, abrindo mão da proteção familiar para continuar o seu caminho. Entretanto, em suas entrevistas, costumava dizer que não se sentia inteiramente livre, por ter sido criada burguesamente. É que a burguesia fede e deixa ranço.

Assim, Leila assumia seu papel na vida. Por enfrentar de frente a realidade, por dizer tudo o que pensava – ela fazia parte do meu time – por saber rir, por ser uma eterna adolescente,   até nesse aspecto nos identificávamos – por ser mãe de Janaina, conquistou a todos e criou um mito, símbolo de uma geração livre e sem preconceitos. Ou seja, de uma geração sadia.

Leila, porém, era um mito diferente, pois antes de ser estrela, era gente. Tomava chope nos bares com os amigos, fazia compras na feira, desfilava no carnaval em escola de samba – o que era uma ousadia na época  , sendo sempre vista na praia de Ipanema. Também não se pintava muito, não fazia dieta para manter a forma, trabalhava somente no que gostava e com quem gostava. Dizia palavrão e não ligava para o que as pessoas diziam dela. Em suma, tinha uma filosofia de vida libertária, isenta de preconceitos ou tabus.

Janaina, a filha que teve com o cineasta Rui Guerra, era sua maior paixão. Depois de eleita a "Grávida do Ano", passou a curtir seu papel de mãe. Dizia: "Ser mãe não é fácil, é um trabalho árduo, mas é maravilhoso. Janaina foi a melhor coisa da minha vida. Não teve trabalho, sucesso, homem, nada melhor. Sou vidrada nela. É a pessoa que eu mais gosto e por quem eu troco qualquer coisa. Não há alguém que eu ame mais".

Por ter muita saudade de Janaina, Leila deixou mais cedo a delegação brasileira que representava o Brasil no Festival de Adelaide, na Austrália, com o filme "Mãos Vazias", de Jece Valadão. Quando voltava, morreu num acidente de avião, na Índia, no dia 14 de junho de 1972.
"Mãos Vazias" é o 11º filme de sua carreira no cinema, que começou com uma ponta em "O Mundo Alegre de Hêlo". Participaria depois de "Jogo Perigoso", "Mineirinho, Vivo ou Morto", mas o sucesso pra valer só viria com "Todas as Mulheres do Mundo", de Domingos de Oliveira, seu primeiro marido.
Daí para a frente, Leila Diniz se tornou uma das mais requisitadas atrizes brasileiras, estrelando "Edu Coração de Ouro", também de Domingos de Oliveira; "Fome de Amor", de Nelson Pereira dos Santos; "A Madona de Cedro", de Carlos Coimbra; "O Homem Nu", de Roberto Santos; "Azylo Muito Louco", de Nelson Pereira dos Santos; e "Amor, Carnaval e Samba", de Paulo César Saraceni.

Foi na televisão que a atriz deu os seus primeiros passos, fazendo várias novelas, entre as quais "O Sheik de Agadir", "Eu Compro Essa Mulher" e "E Nós… Aonde Vamos?"
Aderindo mais tarde ao teatro de revista (ou teatro "rebolado"), quando tive oportunidade de conhecê-la, participou de "Tem Banana na Banda" e "Vem de Ré".
(Resumo do capítulo 15 do meu livro inédito "101 Ícones do Cinema que Nunca Sairão de Cena")

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