O ATO SAIU DA PRAÇA FAUSTO CARDOSO, E OS MANIFESTANTES LEVAVAM CARTAZES E GRITAVAM PALAVRAS DE ORDEM. SÓ HOUVE TUMULTOS NO ENCERRAMENTO
A manifestação reuniu cerca de 10 mil pessoas e saiu do centro até o Distrito Industrial
Publicado em 26 de junho de 2013
Por Jornal Do Dia
O ATO SAIU DA PRAÇA FAUSTO CARDOSO, E OS MANIFESTANTES LEVAVAM CARTAZES E GRITAVAM PALAVRAS DE ORDEM. SÓ HOUVE TUMULTOS NO ENCERRAMENTO
A manifestação reuniu cerca de 10 mil pessoas e saiu do centro até o Distrito Industrial
Milton Alves Júnior
Armados com pedaços de madeira e pedras, na noite de ontem um grupo de manifestantes depredou a entrada principal da sede da Prefeitura de Aracaju e tentou ocupar as dependências internas do Centro Administrativo Aloísio Campos. Acuada, diante da agressividade de alguns vândalos, a Guarda Municipal solicitou o apoio da Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de Sergipe que foi ao local com 40 agentes. Após serem recebidos com rosas brancas, os militares isolaram a entrada do prédio, conversaram com alguns populares, mas em seguida foram surpreendidos com uma ‘chuva’ de pedras e bombas caseiras.
O ato que teve início por volta das 17h na Praça Fausto Cardoso, centro de Aracaju, ocupou as avenidas Rio Branco, Barão de Maruim, Desembargador Maynard e Rio de Janeiro. Ocorrendo de forma pacífica até chegar à seda da PMA, a mobilização contou com aproximadamente oito mil pessoas e foi monitorada por câmeras da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE). Do alto, dois helicópteros da polícia também acompanhavam os passos dos manifestantes. Assim que chegou ao local da ocorrência, o major Rollemberg, comandante da Tropa de Choque, informou que a meta do efetivo era evitar uma maior depredação ao patrimônio público.
"Estávamos de prontidão aguardando qualquer que fosse o pedido de reforço por parte da Guarda Municipal. Assim que fomos acionados, em poucos minutos chegamos aqui e vamos continuar até que os ânimos sejam acalmados. Agradecemos a receptividade de alguns, e aos vândalos a mensagem que fica é que iremos analisar todas as imagens para tentar descobrir os autores da desordem", disse. Ao contrário do ato que foi realizado na última quinta-feira, 20, dessa vez bandeiras de partidos políticos foram erguidas durante a caminhada e o prefeito João Alves Filho (DEM) foi o principal alvo dos manifestantes. O motivo das criticas é em decorrência do reajuste de 4,4% no valor da passagem.
Para o funcionário público Jhoás Cavalcante, apesar de 17 vereadores do grupo de apoio ao prefeito terem aprovados a redução de R$ 2,45, para R$ 2,35, essa atitude não representa nenhum avanço significativo para os usuários do sistema. Segundo ele, toda a discussão feita ontem na Câmara Municipal de Vereadores não passa de uma ‘manobra política’. "No mínimo eles estão achando que o povo é besta e não sabe contar. Até o mês passado pagávamos R$ 2,25 e depois passamos a pagar R$ 2,45. Essa redução de R$ 0,10 não quer dizer nada. Continuamos pagando caro por um serviço de baixa qualidade", afirmou.
Compartilhando com o pronunciamento de Jhoás, a estudante universitária Ana Carla Pinheiro parabenizou os manifestantes pela caminhada tranquila na maioria do percurso, e condenou os atos de violência. Questionada quanto a perspectiva de futuro após essas mobilizações, a estudante alegou: "Espero que nossos representantes pensem mais nos direitos e desejos do povo antes de votar contra ou a favor de qualquer que seja a emenda ou projeto de Lei. Me sinto enganada por aqueles que elegemos na esperança que mudassem para melhor a nossa vida". Além do alto valor da tarifa, os populares pleiteiam ainda a não aprovação da PEC 37; educação e saúde de qualidade; e reforma política no Brasil.
Caos – Colaborando para a fúria dos manifestantes, poucos minutos antes da caminhada ter iniciado um ônibus da viação Cidade de Aracaju quebrou e ficou parado em frente à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) por mais de meia hora. Cerca de 20 passageiros que estavam no veículo decidiram aderir à manifestação e criticar a precariedade do sistema. "Parece brincadeira uma coisa dessa, não é. Eu até fui convidada por uma amiga pra participar da manifestação, mas decidi ir direto pra casa. Com esse problema eu já liguei pra ela e estou indo encontrá-la para agregar ao grupo", garantiu a vendedora Tatiane Andrade.
Depois de tantas cenas de vandalismo em frente à PMA, um reduzido grupo de manifestantes se direcionou para o Viaduto Carvalho Déda e interditou o trânsito no local por mais de uma hora. Na tentativa de regularizar o fluxo de veículos, agentes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT/AJU) atuaram com o apoio da Companhia de Policiamento de Trânsito (CPTran). Um novo ato denominado ‘Acorda, Aracaju’ será marcado para a primeira semana de julho. A data e o local serão divulgados pela direção do ‘Movimento Não Pago’ até a próxima sexta-feira, 28, através das redes sociais.