Mamata
Publicado em 08 de janeiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Não à toa, o exercício da política ainda é amplamente percebido como um meio vulgar para a conquista de privilégios. A aposentadoria especial concedida aos senhores deputados, por exemplo, é um escárnio com a população que trabalha de sol a sol durante décadas, a fim de se aposentar com um salário de fome.
A mordomia não tem cabimento, atenta contra o princípio constitucional da isonomia entre os servidores públicos. Felizmente, mais e mais, por força da própria imoralidade, caminha a passos largos para a própria extinção.
Sergipe é um dos poucos estados que ainda mantém institutos exclusivos de previdência na Assembleia Legislativa, em desacordo com a tendência moralizadora ditada pelo Congresso Nacional em 1997, quando o Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC) foi substituído pelo Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC) – uma concessão, em nome de ex-parlamentares com direito adquirido. Por aqui, a mamata só acaba quando 57 aposentados e 11 pensionistas largarem a teta.
Até que o Instituto de Previdência do Legislativo do Estado de Sergipe (Iplese) seja uma página virada, em obediência à Lei Estadual 8.877/2021, sancionada ano passado pelo governador Belivaldo Chagas, qualquer protesto de rigor e responsabilidade na aplicação dos recursos públicos soará como conversa fiada. Ao todo, a autarquia mantida pela Alese empenha um valor anual de R$ 13,2 milhões por ano para suprir a folha de pagamento, uma média de R$ 877 mil mensais.