MÃOS Á OBRA RIO REAL
Publicado em 01 de fevereiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se
* Manoel Moacir Costa Macêdo
Por quatro semanas consecutivas, no mês de janeiro do novo ano, foram publicados em linguagem concisa, artigos de opinião centrados na realidade social e econômica de Rio Real, estado da Bahia. Município identificado pela pujante citricultura na região Nordeste. Riqueza que alavancou o ambiente de negócios e a circulação de bens e serviços.
Nesse tempo, destacado site estadual, estampou em letras de expressiva resolução: “CIDADE BAIANA GERA MAIS DE R$ 150 MILHÕES POR ANO COM A PRODUÇÃO DE LARANJA”. Valores que somados às transferências estaduais e federais constitucionais, impostos, taxas e onerações municipais, situam Rio Real, o antigo Barracão, no rol dos cinquenta municípios mais ricos entre os quatrocentos e dezessete municípios baianos, pelo PIB – Produto Interno Bruto. O que está porvir de forma retardatária, é a necessária repartição dessa riqueza no contexto do baixo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano -, o porvir do desenvolvimento. O Índice de Progresso Social – IPS, é também “uma ferramenta crucial para medir a qualidade de vida em áreas urbanas, além dos indicadores econômicos, aborda saúde, educação e direitos individuais”.
Diagnóstico, obstáculos, recursos, e potencialidades identificados. Governo estadual, federal e setor produtivo alinhados. Poder executivo e legislativo legitimados pelo processo democrático eleitoral. Judiciário independente e presente. O que resta, são “mãos à obra” dos agentes públicos, patrocinados pela vitória eleitoral de “um novo tempo e uma nova história”. Que as diretrizes da gestão municipal, além do burocrático “plano de governo”, exigência da legislação, seja submetido ao debate popular, e transformado no planejamento municipal com prioridades e soluções viáveis e urgentes ao bem-estar dos munícipes. As pessoas em primeiro lugar e um futuro com esperançar.
A regra é simples e conhecida: equipe qualificada e comprometida em servir, honestidade, gestão eficiente na alocação dos recursos públicos e fiscalização da oposição. Nepotismo, amizade, interesses pessoais, pagamentos de favores eleitorais, e descuido com a coisa pública, são conhecidos como nojentos ingredientes do fracasso e perversos aos necessitados do poder público.
Cidades bem administradas, não tem segredos e nem exigências excepcionais. Exemplos não faltam. De pronto, a independência entre os poderes executivo, legislativo e judiciário, no contexto dos entes federativos municipal, estadual e federal. Servir ao invés de ser servido. Não é necessário invenção, apenas copiar o que deu certo. Bem verdade, que o subdesenvolvimento não é improvisado, mas tem raízes fincadas na história. Mas, como cantou o poeta: “quem sabe faz a hora e não espera acontecer”.
O estado do Ceará, exemplifica o caso da educação pública de qualidade. Lá é passado as crianças da “quinta e sexta séries não saberem ler e nem escrever”. No estado de São Paulo, uma cidade boa para viver, tem como receita: “o foco da administração em melhores serviços essenciais, como saneamento básico e saúde”. Vizinhos sergipanos e baianos como Itabaianinha, Tobias Barreto e Esplanada, são exemplos na atração de indústrias para empregar a sua gente. A prefeitura não pode ser o cabide de empregos de apadrinhados, aliados partidários, e de privilégios para influentes do poder, como os financiadores de campanhas. Não é novidade as necessidades e sofreres dos conterrâneos rio-realenses. Elas são conhecidas, e não são recentes. No livro “Crônicas do Barracão”, o autor desse modesto ensaio, escreveu em 1989, uma “Proposta de Trabalho para Libertar Rio Real”. Passados trinta e seis anos, elas aparentam atualizadas: – “instalar um sistema de esgotos; – incentivar a cultura popular e o artesanato; – construir uma maternidade; – assistência técnica e organização do produtor rural; – e moralidade no trato com a coisa pública”.
Afinal como profetizou o escritor russo Leon Tolstói: “se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”. Aqui encerra o papel do acadêmico e inicia as responsabilidades dos operadores das políticas públicas.
* Manoel Moacir Costa Macêdo, é engenheiro agrônomo e advogado, reencarnado em Rio Real, e consciência rio-realense.