Metade dos disseminadores de fake news é bolsonarista, diz pesquisa

Muito antes da derrota nas eleições de 2022, o bolsonarismo vivia de espalhar fake news. Nestes primeiros seis meses de governo, no entanto, as mentiras se intensificaram, tendo como alvo maior o presidente Lula, aponta um levantamento feito pelo UOL. A pesquisa teve como base decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além do relatório final da CPI da Covid. Para espanto de ninguém, a análise revela que quase metade dos disseminares de notícias falsas é de integrantes do PL, legenda de Jair Bolsonaro. Segundo o UOL, um em cada cinco espalhadores de mentiras nas redes é político. A análise foi feita com base em 480 ações e inquéritos sobre fake news.
De acordo com o site, o levantamento foi concluído a partir da investigação “Mercenários Digitais” sobre fake news na América Latina. A iniciativa contou com a participação de 18 veículos da região, organizações de análise digital, além da Agência Pública, sob a coordenação do Centro Latino-americano de Investigação Jornalística (Clip).
“É preciso divulgar esse trabalho e expor os mentirosos”, defendeu a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, após a divulgação da pesquisa.
O levantamento identificou 314 propagadores de notícias falsas, sendo 214 pessoas físicas e 44 pessoas jurídicas. “Nessas decisões, constam sanções que incluem cassação de mandato, ordem de busca e apreensão, retirada de conteúdo falso das redes sociais, bloqueio de contas bancárias e de perfis, além de desmonetização de canais no YouTube e multas”, informa o UOL.
Como não poderia deixar de ser, o maior alvo dos bolsonaristas é o presidente Lula, que sofreu, nos últimos quatro anos, 112 ataques por meio de conteúdos falsos espalhados por sites como Brasil Paralelo, Jovem Pan e Folha Política, além de influeciadores como Milton Neves e Latino, que espalhou a notícia falsa de que Lula pretendia instalar banheiros unissex nas escolas em seu governo. O STF aparece logo atrás, com 46 menções.
O PL é a legenda com mais políticos investigados pelo STF. Dos 70 listados, 34 são do partido de Bolsonaro. O próprio Bolsonaro foi multado por disseminar notícias sem pé nem cabeça, eivadas de mentiras, como a de que Lula era ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). As multas ao extremista de direita, que teve os conteúdos removidos das redes, variaram entre R$ 5 mil e R$ 30 mil.