Motu reivindica a Dilma liberação de área na Aruana
Publicado em 11 de outubro de 2014
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br
Durante a passagem da presidente Dilma Rousseff por Aracaju, na última quinta-feira, 09, um grupo de integrantes do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu) aproveitou a circunstância para declarar apoio a petista que disputa a reeleição, e, ao mesmo tempo, reivindicar que a União oficialize o repasse de posse do terreno invadido há pouco menos de um mês na zona Sul da capital sergipana.
Conforme declarado pelos invasores, o espaço que fica no bairro Aruana faz parte da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e é preciso que o Governo Federal utilize a área para a construção de casas populares. O encontro com a presidente foi esquematizado pelas famílias e não houve intervenção por parte dos seguranças.
Com faixas e bandeiras da campanha de Dilma, os manifestantes conseguiram cumprimentar rapidamente a candidata e pediram que ela redobrasse a atenção para as faixas com textos reivindicadores espalhados ao longo da avenida Hildete Falcão Batista que dá acesso ao aeroporto Santa Maria. Conforme declarações de Dalva da Graça, diretora estadual do Motu, a presença de Rousseff ao lado do governador reeleito Jackson Barreto pelas ruas de Aracaju permitiu que o ato público fosse realizado desde a sua chegada, até o Espaço Emes, onde foi realizado um comício.
Para ela, com o apoio das duas esferas administrativas, é possível que o pleito seja atendido de forma mais rápida e gratificante para as centenas de famílias que permanecem no local. "Não estamos aqui apenas para cobrar, estamos para mostrar para todos que esse ano estamos apoiando a reeleição dela, e claro, torcer para que no local da invasão sejam construídas casas. Acreditamos nela, no projeto, e nas mudanças que foram feitas, mas agora chegou a hora de ajudar ainda mais os mais necessitados", disse.
Desde o último dia 22 de setembro, enquanto a situação não é resolvida, as famílias continuam erguendo os barracos de lonas no local, que começa a ser ocupado por vários objetos pessoais e móveis depois da limpeza do terreno. Os invasores também já começam a se mobilizar para garantir assistência social e alimentar aos ocupantes do local, especialmente crianças e idosos.
Ao longo dos últimos 12 anos, justamente nos governos de Lula e Dilma Rousseff, mais de um milhão de casas populares foram erguidas pelo Governo Federal na região Nordeste do Brasil. No último mês de junho Jackson Barreto chegou a se reunir com a presidenta para que 12 mil moradias fossem construídas no Estado de Sergipe com a utilização de verba da União.
Ainda de acordo com Dalva da Graça, é preciso que os diálogos continuem para que este processo de doação não seja embargado por futuros ‘novos’ gestores. "Pode parecer tendencioso, mas é mesmo. Sabemos que com eles (Lula e Dilma) tivemos mais aproximação do que FHC. Mudar agora representa jogar pra cima tudo que já foi debatido", pontuou.
Após a invasão, a direção geral da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) convocou as famílias para um cadastramento imediato. Atualmente mais de 500 famílias encontram-se alojadas na região e não possuem prazo para se retirar.