MUITO CUIDADO COM A CONSTRUÇÃO DE FALSOS HERÓIS
Publicado em 19 de janeiro de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Rômulo Rodrigues
Vivemos em uma República escrita em mal traçadas linhas, visto que foi imposta por um golpe de Estado militar contra a monarquia, comandado por um general monarquista, cujo centro da questão era uma pauta de reivindicação de soldos para sua tropa.
O general golpista virou presidente da República, mas comenda de herói do exército que ele comandou é um general que era político, exercia o mandato de senador pelo Partido Conservado, de oposição, e se destacou na Guerra do Paraguai, compondo exército com Negros analfabetos, sem treinamentos e o entregou para o conde D’eu praticar inúmeras barbaridades na caça a Solano Lopes.
Por sua participação sob as ordens do império a quem fazia oposição no Senado Federal, ganhou o garboso título de Duque e deixou de ser o general Luis Alves de Lima e Silva, para ser o herói Duque de Caxias, sempre exaltado por todos os milicos golpista de hoje e de antanho, para conspirarem contra os interesses da República e em favor de outros impérios; sempre contra o povo brasileiros e os interesses do País.
Depois do Duque de Caxias, entronado e exaltado só por militares do exército, a derrocada da velha República alçou ao poder o homem, político forjado no coronelismo gaúcho, que liderou um golpe aclamado como revolução de 1930, filho de um caudilho, que se chamava Getúlio Dorneles Vargas.
Getúlio Vargas deu um golpe dentro do golpe, influenciado pelo general do exército Góis Monteiro e implantou o Estado Novo, uma ditadura violenta contra os trabalhadores, cujas dores das feridas foram suavizadas com pomadas feitas com unguentos de direitos e vantagens trabalhistas, dando-lhe a idolatria de pai dos pobres e herói da classe trabalhadora.
Getúlio foi apeado do poder em 1945, por um golpe militar e voltou nos braços do povo ao ganhar a eleição presidencial de 1950, contra o ídolo militar brigadeiro Eduardo Gomes.
Porém a volta ao poder em 1951, nunca trouxe vida fácil para ele, visto que seus algozes nunca engoliram que João Goulart foi seu ministro do trabalho que recompôs parte das perdas salariais da classe laboral, dando 100% de recomposição ao salário mínimo, criado por Vargas.
Um movimento inusitado, típico das elites brasileiras, é que a ofensiva contra Jango e Getúlio veio em forma de manifesto de coronéis das forças armadas, que nunca se soube que pagavam salários a algum trabalhador.
As pressões golpistas contra seu governo que havia criado a Petrobras e a Companhia Siderúrgica Nacional, contrariando interesses das elites nacional e internacional, aumentaram e o presidente barrou o golpe de Estado em andamento com o inquérito do Galeão, tirando a própria vida e virando herói nacional para o todo e sempre.
O ato trágico de Getúlio Vargas conseguiu conter o golpe com o clamor popular que tomou as ruas do Brasil e que só veio a ter sucesso 10 anos depois, contra as reforma de base do governo de João Goulart, muitas delas reclamadas até hoje, cujos verdadeiros heróis estão proscritos pelos que contaram e contam a história oficial.
Depois de 21 anos de ditadura militar, a redemocratização com a Constituição Cidadã eles se fizeram de mortos e foram fabricando seus ídolos com os pés de barro e construíram narrativas moralistas massificadas pelo Partido Midiático para impedir que um líder vindo da classe trabalhadora, liderasse a revolução possível e fosse o estadista que eles nunca formaram em mais de 500 anos.
A primeira oportunidade surgiu numa metáfora em forma de neologismo criada por um bandido chamado Roberto Jeferson, contra o PT e seus dirigentes e encontraram um ministro negro no STF, empossado no governo do PT, que inventou a tal da lei do domínio do fato e a mídia fez a festa. O falso herói, Joaquim Barbosa sumiu e ninguém sabe ninguém viu.
Continuaram na sequência e se apropriaram de uma operação de combate à lavagem de dinheiro, batizaram de lava jato, construíram dois falsos heróis; Sergio Moro e Deltan Dallagnol que estão encalacrados na justiça eleitoral do Paraná. Caminham para o lixo da história.
Como não poderia ser diferente, após um golpe praticado contra uma presidenta, por ser mulher e ter uma digna história de lutas em favor do Brasil e da democracia, tentaram fabricar um herói, tirado do submundo das casernas e mataram na pandemia quase 700 mil pessoas.
No desespero, partiram para o terrorismo barato e se deram mal. Para enfrentá-los, tiveram, não falsos heróis, mas, homens e mulheres de caráter e amor pela pátria como: Lula, Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Rosa Weber e tantos mais. Não passarão!
Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político